domingo, 6 de setembro de 2009

As palavras

As palavras deixam de nos pertencer a partir do momento em que as proferimos. A partir do momentos em vivem para além de nós, nos ecos de quem nos escuta ou lê. E a partir desse mesmo momento já não somos capazes de voltar atrás. O sentido com que o expressamos deixa de nos pertencer. Pode ser adulterado, mal interpretado ou apenas subentendido, mas deixa de ser nosso. Podemos voltar atrás ou avançar, como novas palavras, com novos entendimentos, mas um pensamento desnudado dificilmente voltará a ser invisível. Ele é o espelho de um estado de espírito que embora mutável, num dado momento era apenas e somente aquele. Podemos mudar o pensamento, mas as palavras proferidas deixam sempre de ser nossas para passarem a ser de quem depois as perpetua.