quinta-feira, 29 de março de 2012

Eh pá, a sério?

Parece que (pasme-se!) as receitas dos impostos sobre consumo e os custos com o aumento do número de desempregados ameaçam ser o novo buraco orçamental do governo. Diz que as receitas fiscais estão a evoluir abaixo do previsto (ah...quem diria?), tendo o IVA recuado 1,1% quando o governo estimava uma subida de 12,6% para a totalidade do ano (Tchinapá… não pode!).

A esta hora PPC deve estar a coçar a cabeça, olhando para os números, algures entre o incrédulo e o pasmado: Eh pá, a sério?

quarta-feira, 28 de março de 2012

A conversa de caserna ou a arte de passar o tempo

Hesito. De manhã o meu coração pende mais para a boataria, essa saudável forma de perder tempo, versando sobre assuntos sobre os quais gostaria de saber mais (e não sei) ao mesmo tempo que pratico o desporto de tirar nabos do púcaro (no qual nunca tive grande sucesso), dando também ouvidos à vulgar conversa de caserna. Da parte da tarde, como a informação não circula e continuamos na base da boataria, descubro as mais variadas formas de passar o tempo fazer de conta que estou muito ocupada, com trabalho a rodos, desmultiplicando-me em mil e uma tarefas absolutamente desnecessárias e completamente irrelevantes. Haja então paciência que a sanidade já é praticamente nenhuma.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Crónica de uma morte anunciada #4

Hoje é o Dia I: Insolve ou não Insolve?

quarta-feira, 21 de março de 2012

(Post lamechas e sem qualquer interesse para quem quer que seja para além da minha pessoa)

Ser mãe não é apenas aconchegar-te os lençóis antes de me ir deitar. É inventar mil e uma histórias para conseguir que comas 2 colheres de sopa. Ser mãe é passar a noite a levantar-me para te embalar porque não consegues dormir. É deixar-te cair todas e quantas vezes precisares até que consigas andar sozinho. Ser mãe é fazer-te cócegas na planta dos pés enquanto ris à gargalhada, é fingir que te persigo enquanto gatinhas a uma velocidade louca por entre os móveis. Ser mãe é contar até 10, vezes sem conta, quando resolves espalhar comida por todo o lado e apelar a toda a minha paciência (bem finita por sinal) para contrariar as tuas birras. Ser mãe é aninhar-te a mim enquanto te adormeço ao som das poucas cantilenas que conheço. É ver os teus olhos a mergulharem num sono calmo enquanto agarras a minha mão. Ser mãe é sentir-me impotente para te tirar a dor que sentes nas quedas que dás, reais ou figuradas, presentes e futuras. Ser mãe tem sido um desafio às minhas capacidades de lidar com o que definitivamente não controlo, um papel para o qual não existe preparação. Não há manuais, nem receitas mágicas e o instinto maternal é um conceito que tem tanto de abstrato como de subjectivo, onde cabem todas as inseguranças do mundo. Ser mãe é algo que não se aprende, não se pratica. Na maior parte do tempo navego à vista, por entre muitas dúvidas e poucas certezas. Sei apenas que te dou o melhor de mim, mais do que pensava alguma vez poder dar e fico a pensar que isto do amor maternal não é outra coisa senão dar o melhor de nós mesmos, todos os dias.

terça-feira, 20 de março de 2012

Nunca digo o quanto gosto de ti

Penso sempre que o sabes, que o intuis. Por isso não o digo. Olho-te nos olhos, dou-te um abraço bem forte, deixo-me ficar assim, amparada por ti e em silêncio. Acho que foi sempre assim ou pelo menos é assim que vou guardar na memória. Foram raras as vezes que te disse o quão importante és para mim. O quanto vejo de teu nas linhas que cosem o meu ser. Sei que discutimos muitas vezes, mas no fim nem sequer há uma trégua oficial. Ambos simplesmente sabemos que é assim. Acho que a mãe nunca compreendeu muito bem estes nossos silêncios e muitas vezes os interpretou como distância ou afastamento. Mas tu e eu sempre soubemos que não são precisas mais palavras depois de passada a tempestade. Nunca digo o quanto gosto de ti porque sei que o sabes. Da mesma forma que nunca comemorámos o dia do Pai porque és sempre Pai. O meu Pai. Todos os dias do ano. Ontem dei por mim no fim do telefonema a dizer-te que gostava muito de ti. Já tinhas desligado e sei que não me ouviste. Mas não faz mal. Eu sei que tu o sabes mesmo que eu não to diga.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Sabemos que o dia de ontem foi importante quando...

...duas velhotas comentam animadamente o resultado do jogo

(caramba, quando é que as avós de hoje se começaram a interessar por bola, que eu não dei por nada?)

quinta-feira, 15 de março de 2012

O que eu me divirto...

…nas caixas de comentários alheias. Entre a incredulidade com que leio certos post e respectivos comentários e o humor mordaz e inteligente, encontro muitos motivos para me divertir. O meu lado pequenino mantem-me muitas vezes apenas como espectadora. É um guilty pleasure, admito. Mas nestes dias de águas mais turbulentas é o que me tem ajudado a manter uma certa sanidade mental. A todos eles, o meu obrigado.
E por favor continuem, continuem…

quarta-feira, 14 de março de 2012

Tendências Primavera-Verão 2012

Com a inflação a subir para os 3,6% e a taxa de desemprego a bater recordes e situar-se nos 14,5%, antecipo que a peça desta estação será a tanga.  

A profundidade do meu quotidiano

Eu não sei como é que há pessoas que conseguem preparar almoços para o dia seguinte, tratar dos filhos, da roupa, da lida da casa, fazer as compras de supermercado e ainda arranjar tempo para ler ou ter outro hobby qualquer, palavra que não sei. Por aqui sobrevive-se pelo meio do caos, fazendo gestão corrente às meias e aos pacotes de leite, que o importante, o mais importante de tudo, o tempo de qualidade para estar com os meus preenche sempre o final do dia. E quando finalmente tenho tempo para fazer mais alguma coisa sinto-me tão cansada que fecho a loja e vou ali conversar com o Morfeu. Se alguém me conseguir explicar como é que se consegue fazer tudo o que é suposto ser feito nas 24h que o dia tem, eu agradeço.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Coisas que tendem a tirar-me do sério

Não saber se e quando volto a receber salário. Reduzir as despesas ao mínimo e essencial enquanto a situação não se resolve. Não fazer planos de férias. Aliás, não fazer planos de todo. Pensar 200 vezes antes de comprar o que quer que seja. Derramar lágrimas de raiva de cada vez que tenho de atestar o carro para vir trabalhar (e não, transportes públicos não são, infelizmente, uma opção). Ter um roupeiro cheio de roupa que não serve porque ainda não se perdeu os quilos a mais que a maternidade insistiu em trazer consigo. Partir um dente.
(nada como uma ida ao IPO para relativizar tudo o resto. Tenho saúde. É um cliché. Mas é também o mais importante)

terça-feira, 6 de março de 2012

Não Se Deitam Comigo Corações Obedientes


Quando partires
se partires
terei saudades
e quando ficares
se ficares
terei saudades
Terei
sempre saudade
e gosto assim

segunda-feira, 5 de março de 2012

Constatações #2

Há destinos que estão traçados e com os quais não vale a pena interferir. Qualquer tentativa para alterar este facto apenas potenciará os seus efeitos colaterais, aumentando os estragos sofridos.

(Mais valia ter deixado o puto cair sobre o sofá do que tentar atrapalhadamente apanhá-lo em voo)

quinta-feira, 1 de março de 2012

O meu pequeno mundo

Estou intranquila. Preocupada mesmo. Há uma questão que me anda a tirar o sono como há muito não me acontecia. A almofada, essa grande conselheira, tornou-se numa vizinha incómoda e chata que me espanta o sono. Dou por mim às voltas na cama, com os lençóis feitos num chorrilho, numa angústia que mete dó. E sempre a mesma questão a espantar-me o sono: mas afinal acabaram-se mesmo quatro feriados ou não?

(mapa de férias à frente, caneta em punho, calendário na mão. Agora só falta a convicção que vamos durar até lá)