terça-feira, 27 de novembro de 2012
É a crise, estúpida! #2
Acabo de ver um anúncio para a apanha de brócolos e
couve-flor onde se pede “experiência comprovada na função”. E fiquei para aqui
a pensar como é que raio se comprova experiência numa função destas. Coloca-se
à frente do candidato um conjunto de legumes e pede-se para o candidato selecionar
os brócolos e as couves-flor? Pedem-se referências a algum agricultor? Pede-se
a alguém para nos fotografar a escolher orgulhosamente um brócolo? Há cursos de formação para a apanha de brócolos e couve-flor? E passam certificado? Toda eu sou dúvidas...
É a crise, estúpida! #1
Alguém que me diga como é que eu convenço o meu incómodo hóspede
que aqui não somos adeptos do” roofsurfing”?
domingo, 25 de novembro de 2012
Enquanto isso
Eu sou uma sortuda. Tenho o privilégio de passar por
experiências que poucos outros mortais se poderão gabar. Não digo que sejam
melhores ou piores, mas são certamente peculiares. O colorido do meu dia-a-dia
pinta-se ao gosto de quem lá em cima mexe os cordelinhos, sendo certo que quem
o faz tem um sentido de humor de traço fino, por vezes tocando a ironia, outras
roçando o humor negro. Mas, se eu o divirto com os meus malabarismos, tanto
melhor, afinal somos todos uns peões, não é verdade? Pois agora o que eu
realmente gostava de saber é como é que vou conseguir expulsar o incómodo
hóspede que resolveu fazer do meu telhado o seu doce lar e que há 4 noites que
não deixa ninguém dormir.
Isso é que de facto me anda a tirar o sono.
Isso é que de facto me anda a tirar o sono.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Escolhas
Estou no desemprego há uns meses. Nunca estive desempregada.
Nunca tive de racionar comida ou fazer escolhas entre pagar a conta da luz ou
da água. Talvez por isso ainda me sinta uma privilegiada. Mas tenho de fazer
cada vez mais opções. Felizmente ainda posso comer bifes com regularidade,
escolher o peixe que vou dar ao meu filho e comprar a roupa que ele precisa.
Mas se nunca fui de gastar o que não tenho, a verdade é que também sou cada vez
mais obrigada a fazer escolhas: escolho não ir ao cinema. Escolho não ter TV
Cabo. Escolho não comprar roupa, não comer fora, não sair para um fim-de-semana
a dois. E no entanto já o fiz com regularidade no passado. Se me custa? Custa,
mas escolho escolher o peixe que vou dar ao meu filho.
Muitas vezes, e cada vez mais, o desempregado é considerado
um inútil, um estorvo que anda a ganhar (os que ainda recebem subsidio) sem
contribuir para a sociedade. Mas ninguém me perguntou se esta é uma escolha
minha. Ou dos milhares que estão na mesma situação. Continuo a concorrer a tudo
o que aparece, seja ou não da minha área. Mas se para a grande maioria basta
apenas mandar um CV, para os poucos lugares que aparecem na minha área é
preciso enviar também os certificados autenticados. Cada autenticação custa
17€. 17€! Sabem quantas postas de peixe consigo comprar com 17€? Muitas. Hoje
fui aos correios enviar a documentação para concorrer a dois lugares. Foram 4
certificados. Façam as contas. Eu quero muito sair do desemprego. Mas também
quero continuar a dar carne/peixe ao meu filho. E não quero ter escolher
entre uma coisa e outra, porque ambas deveriam estar ao meu alcance.quinta-feira, 15 de novembro de 2012
E o tema da tese é...
A preguiça, o lazer e as tarefas inúteis: contributos para a
sistematização da problemática e consequências socio-estudantis. O caso da
Travessa do Cais Azul.
H1: A vontade de fazer alguma coisa é inversamente proporcional à quantidade de coisas que existem para fazer.
Pretende-se com este estudo compreender a importância das
tarefas inúteis no prolongamento da preguiça e se esta relação afecta a
qualidade do tempo de lazer.
H1: A vontade de fazer alguma coisa é inversamente proporcional à quantidade de coisas que existem para fazer.
H2: A quantidade de coisas que existem para fazer aumenta na
mesma proporção do tempo gasto em tarefas inúteis.
H3: as tarefas inúteis criam-se para justificar a falta de
vontade em fazer o que tem de ser feito.
(o que uma pessoa inventa para adiar a leitura de uma pilha
de artigos…)
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Bem-vindos à freguesia da “União da Freguesias que não quiseram saber da agregação e que agora vão ficar com uns nomes lindos de morrer e unidas a realidades completamente díspares”
Não sei se ria, ou se chore.
Cabia às Assembleias Municipais a elaboração de pareceres
para a agregação de freguesias. Não o tendo feito e havendo um calendário
politico a seguir, foram substituídas nessa tarefa pela Unidade Técnica para a Reorganização
Administrativa do Território (URAT), constituída por técnicos que não conhecem
as especificidades dos territórios e limitaram-se a seguir critérios
essencialmente demográficos e pouco mais. Em resultado, temos concelhos que vão
ficar complemente descaracterizados administrativamente, unindo freguesias com
realidade, dinâmicas e características completamente diferentes.A cereja no topo do bolo é que a toponímia para todas estas novas freguesias resultantes das propostas da URAT é hilariante. Todas elas começam com “União das Freguesias (…)”. No meu caso vou passar a viver numa freguesia que resulta da agregação de 3 ou seja um comboio de nomes, mas há freguesias que resultam da agregação de muitas mais.
Para quem quiser saber qual a sua nova freguesia consultar aqui.
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