Vejo a miríade de telhados e chaminés fumegantes que o casario térreo ocupa.
Oiço as conversas domingueiras da vizinhança na escadaria estreita da ermida.
Sinto o calor do sol que em tantas tardes frias de inverno me aqueceu a alma.
Contemplo as cercanias, troco olhares com a serra de Sintra que ao longe se destaca com a Peninha como baluarte e relembro essa velha promessa ainda não cumprida de ir até lá.
Entrego-me aos pensamentos. Outras vezes fujo deles, abstraio-me da sua perseguição e deixo-me ficar à espera que a aquela paz interior que sentimos quando nada mais nos perturba resolva fazer-me companhia. Mas ultimamente ela anda arredia. Volto uma e outra vez à sua procura e não a encontro. Fico no silêncio e deixo que o barulho da noite me envolva na esperança de a sentir chegar. Mas ultimamente acabo por fechar a janela sem ter o prazer da sua presença. Despeço-me de Sintra, dos telhados e chaminés fumegantes. Das sombras prateadas da noite. Do barulho do silêncio. E respiro fundo.
Quem sabe amanhã? Volto atrás e acabo por deixar a janela entreaberta…
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
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