Não consigo parar quieta. Imagino vezes sem conta como
estará a correr. Abro o meu e-mail várias vezes, tantas quantas o fecho logo de
seguida. Gostava de acreditar que irá correr tudo da melhor maneira. Que esta
teia de coincidências não terminou aqui, hoje, algures numa sala de reuniões. Porque
queria continuar a acreditar que as coisas boas acontecem mesmo. Sobretudo
aquelas que não planeamos, mas que ainda assim desejámos, muito, que
acontecessem. Hoje é um dia lento. Um dia que demora a girar. A acontecer. E eu
queria tanto que acontecesse…
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Nesta época de partilha…
Gostava de partilhar que o meu estendal não faz parte dos
cabazes de Natal que nesta altura é costume oferecer. Hoje foram dois boxers.
Ontem foram dois pares de meias. Na semana passada uns calções No mês passado
uns ténis e em Outubro umas botas. Isto que eu tenha dado conta. Bem sei que têm
tido o cuidado de deixar as molas no cesto respectivo, arrumam o estendal e até
quando as meias não fazem par as deixam penduradas noutro sítio qualquer. Temos
de ser uns para os outros é verdade, mas agradecia que, de futuro, deixassem de
me visitar o pátio e procurassem as instituições competentes, onde por sinal
até vou, de vez em quando, deixar roupa. É que já perdi conta às meias
desirmanadas e os calções que levaram até já estavam remendados. Bem sei que é
de noite e a luz não ajuda, mas sinceramente, isto não é a casa da mãe Joana. Como
eu não pretendo andar sempre a ver se tenho amigos da roupa alheia no pátio,
informo que doravante não vão encontrar mais roupa estendida. Adeus estendal.
Olá máquina de secar!
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Vão-se os bons
Pensava que tínhamos mais tempo. Que ainda não tinha chegado
o fim da linha. Por isso não me despedi de ti. Mas isso é mentira… A verdade é
que não sabia o que te dizer e não conseguia compreender o que dizias.
Desculpa. Mas o que sempre te quis dizer, disse-o à cerca de 12 anos atrás,
lavada em lágrimas. Foi talvez a maior descarga emocional que tive na vida, nem
sei explicar bem porquê. Nessa altura abracei-vos com muita força, convicta que
poucos seriam os momentos na minha vida em que me sentiria assim. Em que vos
sentiria assim. E a única coisa que me consola é que pelo menos uma vez na vida
te disse o quão importante eras para mim.
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
A tempestade perfeita
Continue-se a construir em leito de cheia. Não cortar as
canas nem desentupir as sargetas e caleiras. Não reflorestar. Depois é só
juntar uma ou duas horas de chuva intensa, como seja aquela que resulta da
formação de uma gota de ar frio logo ali a seguir ao Verão, quando as
temperaturas ainda estão elevadas e as massas de ar conseguem absorver muito
mais água, e se vier de sudoeste então, melhor ainda. Preferencialmente que
esta situação seja coincidente com a preia-mar e ocorra em zonas densamente impermeabilizadas
et voilá. Já está! Não é assim tão difícil, pois não?
A tempestade quase perfeita
Estragares a fechadura da porta da entrada que dá diretamente
para a rua num dia em que chove a potes. Valha-me a habilidade do Ti Vicente e
uma esfregona. Salve-se o parquet e cure-se a constipação. Ai, o Outono, essa
estação tão bonita…
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Back to life, back to reality…
Era bom, mas acabou-se. Volto à minha sina de desempregada…
optimismo precisa-se. E muito.
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Aluga-se
Puto com dois anos para fazer de sirene em dias de nevoeiro.
Nos dias limpos, também é útil para estabelecer um perímetro razoável de
segurança em relação aos chapéus limítrofes. Volume ajustável consoante o
défice de sono. Baterias com autonomia de 3 horas aproximadamente. Também é
bastante útil para a prática de exercício físico, sobretudo as ligadas ao
atletismo (com destaque para as modalidades de velocidade e 200m obstáculos) e
natação (saltos para a água). Não necessita de mais apetrechos nem brinquedos,
basta haver areal para correr. Eficácia comprovada, limitada às primeiras horas
da manhã e ao fim da tarde (horário não negociável).
quarta-feira, 31 de julho de 2013
Cuidado!
Anda uma pessoa a contar trocos e fazer malabarismos com as
contas para não deixar nada a descoberto, e puxa daqui e estica de lá, paga
para a semana e espera (e desespera) pelo reembolso do IRS, pelo pagamento de
honorários e tudo e tudo e tudo, e aos depois todos resolvem fazer as
transferências no mesmo dia. Uma pessoa, habituada a fazer vida de pobre, (ou
melhor de ralé mesmo, que nem à Comporta vou) vai ao multibanco vê o disparate
de dinheiro que lá está e quase que lhe dá um piripaque. E ainda não crente que
aquilo é seu, ainda desconfia que se engaram na conta e que aquele dinheiro foi
ali parar por engano. Ai senhores, que agora é que vai ser! Vou já ver quanto
custa o passe para a Ericeira, limpar a geleira e por umas mines no frigorífico,
que diz que as praias são boas por causa do iodo e o rapaz, coitado, ainda nem
estreou os calções comprados nos saldos.
(está oficialmente aberta a época do disparate)
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Silly season - parte 1 (cheira-me a sequela)
Pois pelos visto vira o ano e toca ao mesmo. E sai mais uma
chamada às finanças para justificar o que não me compete justificar. Eh pá,
gente, a sério?! Voltamos à conversa do ano passado? Again?
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Pergunta para queijo #1
Para quando o reembolso do IRS, hum? É que todos os dias
esta alminha vai ao site das finanças ver se há desenvolvimentos, e nada. Ora,
a modos que uma pessoa se aborrece de com tanta falta de dinamismo na
actualização da situação. E, meus amores, em épocas de crise, aliás, sobretudo
em épocas de crise o dinheirinho, o carcanhol, o pilim tem de estar em
movimento e eu como uma cidadã exemplar que sou, quero dar o meu contributo
para a saída desta crise e começar a fazer rolar o dito dinheirinho. Isso e uns
senhores muito chatos que não param de me lembrar que tenho o seguro para
pagar. De maneiras que, assim como quem não quer a coisa, dá para emitir o
reembolso? Mas sem a palhaçada do ano passado em que por conta de um suposto erro
informático não só fui chamada para justificar algo que não me dizia respeito como
ainda tive de esperar até Agosto para ver a cor dele. Dá para este ano ser um
pouco menos sofrido o parto?
Agradecida.
terça-feira, 9 de julho de 2013
Ainda mexe
Ao contrário do que se possa pensar, a autora deste blog não
morreu ou entrou de férias. Muito pelo contrário. Por aqui fervilha-se de
actividade. Tanta, que mal me tem dado para dormir umas miseras 5h por noite.
Trabalho a rodos, parte lectiva do mestrado concluída com muito bom aproveitamento
(com direito a convite para publicação de poster em congresso internacional) e
uma hipótese de trabalho a longo prazo. O senão é que é em Angola e a minha
pessoa não está propriamente com vontade de emigrar para Angola. Angola fica do
lado de lá do Equador e não sou pessoa de latitudes sul. Preciso de ter à mão
boas escolas, bons hospitais e sobretudo os meus afectos. Para mim não há
dinheiro que pague a não convivência com os meus, ainda que esta seja esporádica
ou intermitente. Mas tenho de os saber à distância das minhas saudades, sem
necessitar de ter de me meter num avião para as curar. Mas enquanto não chega o
tempo das decisões vou aproveitando esta maré de bons momentos.
sexta-feira, 24 de maio de 2013
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Só me falta o nariz vermelho
Por pensar que a palavra é algo que ainda tem valor.
Com esta idade já devia ter aprendido.
Com esta idade já devia ter aprendido.
domingo, 5 de maio de 2013
Dia da Mãe
São todos os dias. Hoje? Foi dia de estender a esteira no
pátio, jogar à bola a três, tentar ensiná-lo (sem sucesso) a andar de triciclo,
deixa-lo sujar-se enquanto anda a descobrir o mundo que o rodeia. Pelo meio
recebi alguns abraços em modo “agrafador de pernas” e uma algazarra que se
ouvia a quilómetros. Amanhã há mais, porque aqui todos os dias são
dias da mãe (e do pai). Sempre.
segunda-feira, 29 de abril de 2013
C'um caneco!
Já me belisquei. Já fui beber água. Já me sentei e levantei
umas 30 vezes. Já respirei fundo outras tantas. Já dei umas bofetadas na cara a
mim própria só para ver se não estava a sonhar (e confirma-se que não). Já
pulei e saltei. Já perdi a concentração por completo e desisti de continuar a
escrever o relatório que tinha em mãos. E tudo isto no decurso dos últimos 60
minutos.
Pois, parece que consegui arranjar trabalho! Temporário mas com valores bem acima das minhas mais optimistas expectativas. C'um caneço! YES!!!!! Caramba, que ainda estou a hiperventilar.
Pois, parece que consegui arranjar trabalho! Temporário mas com valores bem acima das minhas mais optimistas expectativas. C'um caneço! YES!!!!! Caramba, que ainda estou a hiperventilar.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Alice e eu
O problema das fantasias é que nunca passam para o plano
real. E eu fantasio muito. Fantasiei que iria andar entusiasmada com o
mestrado. Que iria adquirir bases de conhecimento em áreas que não domino, que
iria ser desafiada a levar mais além os conceitos que eram abordados nas aulas,
que me iriam ser mostradas novas linhas de investigação e por aí fora. Depois vejo
professores com erros nas apresentações, a confundirem alhos com bugalhos e a
darem o dito por não dito. E eu fico chateada. Muito chateada. Porque me sinto enganada, ainda que a fantasia tenha sido minha. E agora? Deito fora
quase um ano de propinas e combustível que tanto me custou a suportar? Avanço
para dissertação mas sabendo que provavelmente não irei tirar grande partido
disso (e pagando mais um ano de propinas?) É certo que se trata do primeiro
mestrado deste tipo em Portugal, mas talvez por isso mesmo as coisas deveriam
estar mais articuladas, definidas e sobretudo conceptualizadas. E eu que até
era um pouco leiga nestas matérias acabo por andar a corrigir pps.
Fico chateada, pois com certeza que fico chateada.
Fico chateada, pois com certeza que fico chateada.
terça-feira, 9 de abril de 2013
Dois anos
Há dois anos atrás eu não te esperava ainda e no entanto
estavas nos meus planos há já tanto tempo. A vida foi abrindo espaço para ti e
a pouco e pouco, mesmo sem querer “querer-te” tanto, foste ficando no nosso
futuro. Depois vieram as dificuldades, a desilusão de não te conseguir
concretizar durante anos. As palavras gastas dos outros, despojadas de
entendimento e a eterna culpa da ansiedade, como se a vontade de te ter fosse a
causa de não conseguir. Foram muitos os anos de silêncios, de ouvir muitos
disparates embrulhados em boas intenções e de aprender a relativizar as coisas.
Reaprender a saborear a vida sem prazos de validade, sem datas programadas, sem
ver a intimidade devassada. Reaprender a viver a dois, olhando em frente em paz
comigo, connosco. Olho para trás e penso que talvez tivesse sido preciso fazer
essa travessia no deserto. Quando resolvemos voltar a tentar, nem eu nem o teu
pai esperávamos que vingasses. Eram remotas as possibilidades, como se tudo se
tivesse conjugado para que fosse improvável dar certo. Se noutras tentativas em
que tudo estava perfeito tu não vingaste, porque haverias de acontecer agora
quando tudo concorria contra ti? Saí do hospital sem grande esperança e
enquanto fumava um cigarro pensava na sucessão de contratempos que me tinha
conduzido até ali. Quando regressei ao hospital, já sabendo que te carregava no
ventre, toda a gente nos veio felicitar incrédula, tão improvável que era teres
conseguido acontecer. Há dois anos atrás eu pensava que ainda não seria hoje
que te conheceria, mas tal como já havias demonstrado antes, tu não segues o
que é suposto e gostas de fazer as coisas à tua maneira. Há dois anos atrás
entraste nas nossas vidas mas há muito tempo que já fazias parte dela.
sexta-feira, 15 de março de 2013
À procura da nave
Primeiro incentivam-me para ir assistir a um seminário em
Mirandela (que é já ali). Depois desafiam-me para participar nas comemorações
da Caldeira do Faial. O meu aspeto deve ser substancialmente melhor que a minha
conta bancária, só pode. E eu a pensar que ando com má cara.
Vénia
A quem é pai de gémeos. A sério, eu venero-vos. Devia haver
uma rotunda em vossa honra. E um dia em vosso nome. Se me saíssem dois na rifa do calibre deste,
eu já teria dado entrada numa qualquer instituição psiquiátrica. Disso não
tenho a menor dúvida. E quando penso que arrisquei ser mãe de tri, só me
apetece gozar a com minha própria ingenuidade. Dois ou três? Sim, talvez. Mas um
da cada vez. Para o bem da minha saúde mental.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Diz que é do tempo que está hoje
Não bastava ter de me apresentar bem cedo numa manhã chuvosa
com toda a logística que isso implica e que inclui lutar contra 13 kg de
rabugice matinal (incluindo pequeno-almoço em versão
não-abro-a-boca-nem-por-nada), mais 40 km para o deixar com os avós, ter
apanhado 3 valentes molhas (põe puto, tira puto, parte chapéu) dignas de ganhar
o prémio Pinto do Ano 2013, para no
fim me “convidarem” para frequentar acções de formação, as quais por acaso até
estou habilitada a ministrar. E não, não se trata de reciclagem de
conhecimentos. É mesmo para aprendizagem. Ora, e se fossem dar uma volta ao
Bilhar Grande, não?
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Coisas do arco-da-velha
Gostava de ser organizada. Encontrar as coisas à primeira
sem ter de revirar a casa do avesso quinhentas mil vezes para depois as
encontrar num dos sítios mais óbvios, camuflados o suficiente para passarem
despercebidos à primeira vista. Às vezes penso que faço isto inconscientemente para
elevar os meus próprios níveis de stress e irritabilidade. Uma forma de me
manter viva, vociferando impropérios à velocidade com que procuro o que
preciso. Logo que a catarse termina, respiro fundo e eis que normalmente
vislumbro o que procuro. Normalmente tudo termina em bem, porque no fundo eu
sou apenas uma desorganizada organizada. Normalmente. Mas nas poucas vezes em
que tal não acontece, o diabo fica atrás da porta. Como hoje.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Volver
Hoje tive de voltar a percorrer aquele caminho. O mesmo que
me acompanhou durante tantos anos. Decorei, com a cadência das passagens, todos
os pormenores, todas as linhas, todas as sombras. Durante o tempo em que o
percorri deixei-me levar pela entropia e nessa desordem familiar senti
conforto. Por momentos era eu que regressava a casa. Esse era o meu caminho. Escolhi
a mesma estação de rádio tal como o fazia noutros tempos. A programação contínua
idêntica. As rubricas também. Foi ao som de Junip que hoje regressei a casa.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Dos ausentes que nunca estiveram presentes
Há coisas que nunca mudam. Nem as pessoas. Mas não deixa de
ser curioso que ao fim tanto tempo resolvam estacionar na minha vida sem
perguntar que eu estou interessada num convívio tão próximo. Não estou. O tempo
passa. A vida continua e as mentes limpam-se. Já arrumei as gavetas que tinha
de arrumar e não sobrou espaço para quem nunca o quis ocupar.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Hã?
Parece que anda tudo num reboliço com um tal de Franquelim.
Pois não entendo tamanho alvoroço. Atentem que o senhor esteve envolvido no
BPN. Querem melhor recomendação para secretário de Estado do Empreendedorismo?
domingo, 27 de janeiro de 2013
Inutilidades
Gosto do silêncio das coisas inúteis.
Tão inúteis como o sentido que lhes dou. E no entanto gosto de saber que
continuam assim…inúteis. Na verdade fiz um esforço para que se transformassem
em inutilidades, para que facilmente delas me pudesse despedir caso o peso
fosse demasiado. E contemplo essas mesmas coisas inúteis, apenas pelo prazer de
saber que a qualquer momento posso deixa-las cair. Sem alarido, sem mágoa, sem
dor. Em silêncio.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Os meus desejos para 2013 em 2.55 minutos
O que eu queria mesmo muito, muito, muito, tipo dava
o meu 6º dedo do pé era … (pausa para se ouvir o rufar dos tambores): muita
cama. Ou sofá. Ou até mesmo no chão. Ou, na loucura , em cima de um cadeirão, que
chegada a esta altura do campeonato uma pessoa já nem é esquisita. É onde calhar,
desde que não seja incomodada e consiga levar a coisa até ao fim.
Os meus mais imediatos desejos para 2013 envolvem a palavra de 4 letras começada em S e acabada em O, sem a qual ninguém consegue passar (há quem afirme que o Prof. Marcelo não precisa, o que é capaz de explicar alguma coisa). É sem pudor que afirmo que o que eu preciso mesmo é de dormir e acabar como o SonO que me assola e me mina o raciocínio.
Dormir 12h seguidas,tipo sem ter ninguém para me
acordar seja por que razão for. Só dormir…assim…tipo até não poder mais.
E depois voltar-me para o outro lado e continuar a dormir… tipo até
conseguir.
Os meus mais imediatos desejos para 2013 envolvem a palavra de 4 letras começada em S e acabada em O, sem a qual ninguém consegue passar (há quem afirme que o Prof. Marcelo não precisa, o que é capaz de explicar alguma coisa). É sem pudor que afirmo que o que eu preciso mesmo é de dormir e acabar como o SonO que me assola e me mina o raciocínio.
Dormir 12h seguidas,
E é isto. Sou uma egoísta, eu sei.
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