terça-feira, 17 de novembro de 2009

Quietude

A noite está calma. Ao longe extinguem-se as réstias de uma trovoada que a noite teceu. Notícias de casa dizem-me que o Outono chegou em força. Contudo à minha frente tenho as luzes que placidamente cintilam sobre as águas tranquilas da ria. Ao longe um farol pisca monocordicamente num compasso lento. O cheiro a maresia envolve-me, penetrando em tudo ao meu redor. A pouco e pouco deixo de sentir os aromas que trago comigo e deixo-me enlear por esta noite quase mágica. Poucos são os sons que escuto para além dos que eu própria produzo. Estico-me sobre a balaustrada e inspiro bem fundo numa tentativa de guardar esta calma que me circunda. Expiro lentamente. Sei que voltarei aqui. A esta noite. Em muitas outras noites.

Foto de F. Monteiro

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