Lembro-me muitas vezes de ti. Percorres o tempo sem te deteres. Passas uma e outra vez por mim. Veloz. Frio. Indiferente. Tentei encerrar-te num momento. Conter-te. Definir-te. Segurar-te entre os dedos de uma mão nua. Abrigar o teu cheiro na minha memória. Procurei-te por entre marés sardas e ilhas suspensas em névoa. Lá onde o azul se engana e se esconde. Onde se precipita sobre o infinito. Até que por fim vieste. Sentaste-te ao meu lado, silencioso, e percorreste comigo o limite do horizonte. Sussurraste-me ao ouvido baixinho as cores que vestias nesse dia. Eu permaneci quieta. Atenta. Deixando que me envolvesses numa carícia muda onde cabem todas as palavras que não se proferem.
Foto daqui
sábado, 27 de março de 2010
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