Neste momento podia ter
uma vida material melhor se tivesse aceitado uma proposta de trabalho no
estrangeiro. Mas seria para mim impossível viver longe do meu filho. Levá-lo
comigo e perder a ligação aos avós e ao pai seria igualmente incomportável.
Levá-los ambos comigo não se traduziria em melhoria financeira uma vez que iria
para uma das cidades mais caras do mundo, onde a educação com o mínimo de
qualidade apenas é possível no sector privado e a preços exorbitantes.
Para mim
a emigração não é solução.
Sei que não seria capaz de suportar a distância e a
ausência. É por isso que, sempre que sei que mais alguém das minhas relações
emigrou, fico triste e não consigo deixar de pensar que se trata de pessoas
grandes, maiores, capazes de segurar amordaçado o coração e aguentar a saudade
do lado de lá do skype. Eu não sou capaz. Talvez tenha de comer o pão que o
diabo amassou, ou talvez não possa proporcionar uma pequena parte do que sonhei
para o meu filho, mas sei que, enquanto puder vê-lo acordar de manhã feliz,
isso é e será sempre a validação desta decisão. Triste país este que obriga a
tantas partidas e a tanta ausência.
Merecíamos melhor.
Todos nós.
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