Nesta longa cadeia de acontecimentos que parece não ter fim,
dou por mim sem saber para que lado ir, que opções tomar, com pouca convicção que
o que quer que almeje, sonhe ou empreenda venha a correr bem. Nem sei bem
quando é que deixei de acreditar que as coisas podem dar certo. Sou de colocar
as raízes no chão e deixar voar as folhas e as sementes ao sabor do vento, mas à
medida que as tempestades passam por mim a uma cadência mais rápida que a minha
capacidade de regeneração, dou por mim a baloiçar cada vez mais, com cada vez
menos certezas se as opções a tomar são certas ou se ainda me trarão mais
amargos de boca. Sinto-me cansada, gostava que o mundo, as preocupações e todas
as restantes urgências parassem por um tempo. Apenas o tempo suficiente para
poder voltar a assentar as minhas raízes, descansar as pernas e voltar a
desenhar sonhos. Mais triste do que não ter sonhos é sentir que estamos a perder
a vontade de os criar sequer. Talvez mais tarde eu olhe para trás e veja que
esta foi apenas uma fase muito má. Talvez volte a sonhar e a apreciar o tempo a
passar devagar. Mas agora, e cada vez mais, o que me domina é este cansaço,
este peso nos ombros, esta falta de vontade de sorrir e de olhar para o futuro
de forma despreocupada e simples. Preciso novamente de tomar opções, de decidir
rumos de vida e, se até aqui fui conseguindo levar a coisa com optimismo, neste
momento não faço a mínima ideia de qual será o melhor rumo. A não ser que tenho
forçosamente de tomar um. E rápido. E sinto as pernas tão cansadas…
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