quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A Oeste nada de novo #4

Pois andava eu na minha alegre e despreocupada vida de desempregada quando entretanto fui convocada para mais uma acção de informação e revisão da minha situação. Eu e mais uns quantos como eu. Ressalvo aqui que, pela primeira vez, a técnica do IEFP era extremamente humana e conhecedora desta realidade, o que me deixou com alguma esperança quanto a uma certa humanização destes serviços, em que o desempregado é mais do que um mero número estatístico que urge erradicar dê lá por onde der. Mas o que me deixou mesmo, mesmo, mesmo com a pulga atrás da orelha foi o facto de uma senhora, a propósito de incentivos à criação do próprio emprego (vulgo empreendedorismo), se ter apresentado como uma das maiores bloggers nacionais, detentora de um dos blogue mais lidos de Portugal (e que infelizmente não quis revelar o nome) e que pretendia saber de incentivos para passar o blogue a livro... Eu até consigo compreender o porquê de alguém que está a viver de RSI, como aparentemente é o caso desta pessoa, pensar que isto até é uma boa ideia. O que eu não consigo compreender é por que razão ninguém diz a estas pessoas que existindo o blogue, não faz sentido o livro. Se já foi publicado/lido/comentado qual é vantagem de o editar em livro? Mesmo que o blogue ou os posts sejam apagados antes da edição do livro (e partindo do principio que existe uma editora que acredite nesse projeto) existe aquela coisa da memória em cache que permite visualizar o que foi publicado online. Por isso e mais uma vez: qual é a vantagem? Se os textos já foram publicados e posso voltar a lê-los online, por que razão irei gastar dinheiro a comprar o livro?

2 comentários:

  1. O.M.G. Tu estiveste na mesma sala, a respirar o mesmo ar que uma mega-blogger! O.M.G. Que inveja. Mas da boa!
    Agora a sério, essa história dava um post, e deu. É tudo tão bom: 1) uma fulana apresentar-se como uma das maiores bloggers; 2) estar inscrita no centro de emprego, ou seja, é desempregada; 3) mas quer vingar como empreendedora, com a marca do blog! 4) com incentivos, claro; 5) e publicando um livro.
    como diria me mate: the corner of wrong. alguém fez a caridade de lhe explicar a merreca que o autor ganha num livro? Ou ela quer só o prestígio? Os autógrafos na feira?

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    1. Tu já viste a minha sorte? Até aqui na terrinha temos blogo-divas. Tudo naquela pessoa era errado: a postura, a forma deseducada de falar (sempre a interromper e com intervenções fora de contexto), enfim foi um fartote. Mas tenho pena que ela não tenha divulgado o nome do blog... ou então não, que aquilo se for à imagem daquela pessoa é para lá de mau e eu prefiro ficar na ignorância...

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