quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Termo incerto

Às vezes chega-se ao fim… Chega-se ao fim sem se saber que tudo já terminou muito antes. Sem se saber que o único caminho que resta é o da subida. Às vezes chega-se ao fim da força muda, dessa força que não existe a não ser num espelho que não nos reflecte. Sim, às vezes chega-se ao fim de nós, ao fim das palavras, ao fim do silêncio e da cor. Ao fim dos recomeços, dos avanços e recuos, das sombras e dos desenhos a carvão. Do espaço que não é teu, nem meu, nem tão pouco dos outros ou nosso apenas. Às vezes chega-se ao fim do ser num tempo que já não é este, é outro diferente, maior e inteiro. Do tempo suspenso, intemporal, imutável contado a partir das pedras que compõem os sonhos e devaneios. Às vezes chega-se ao fim do que temos. De tudo o que somos. Do que quisemos ser. Do que imaginámos que seriamos. Do que gostaríamos que fosse. Sim, às vezes chega-se lá…























Foto daqui

1 comentário:

  1. Há algo que nunca chega ao fim: o prazer de ler as tuas palavras. ;)

    Beijocas!

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