sábado, 20 de maio de 2017

About October

Quero muito. Tenho uma série de circunstâncias que me podem impedir de ir, sobretudo uma cirurgia que me vai atirar para modo "repouso absoluto" durante cerca de 2 semanas por volta dessa altura. Mas depois tenho o dedo ali bem perto do click de "comprar" e estou assim de carregar. Ainda por cima já tenho companhia da boa e tudo... 


(The National - About Today)

sábado, 13 de maio de 2017

Avestruz emocional

Depois de ser mãe nunca mais consegui ficar imune a filmes, imagens, histórias ou relatos que envolvam histórias tristes, maus tratos ou morte de crianças. Abriu-se uma ligação directa entre o coração e as lágrimas, o que apesar de perceber a razão subjacente, é ainda assim de díficil explicação a facilidade com que me emocionava, porque eu fui educada sob a máxima de"uma mulher não chora". E a verdade é que nos momentos mais tristes da minha vida eu não consegui verter uma lágrima, e como teria sido catártico se o tivesse conseguido. Ter-me-ia poupado a muita coisa. Ter recuperado algum escape emocional fez-me sentir mais humana novamente e sobretudo aliviar-me emocionalmente de fardos que me remoem de tempos a tempos. 
Depois de ter sido mãe novamente, essa ligação directa voltou a fechar-se. Agora é como se um muro se tivesse erguido. Não sou capaz sequer de ler algo se suspeitar que vai roçar sequer essa temática. Sou uma avestruz emocional. Coloco a cabeça na areia e ignoro completamente, ao ponto de interromper o meu interlocutor e pedir-lhe para parar com a história. O mundo não é cor-de-rosa, mas dispenso a contaminação do meu mundo com males que não consigo evitar ou combater. E com isto perdi a minha ligação directa... 

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Borboletas na barriga

Às vezes gosto de pensar que a vida me colocou nesta situação para me obrigar a dar este salto de fé. Que toda a minha vida, a nossa vida, se emaranhou de forma a estarmos exactamente aqui, nesta encruzilhada, para tomar mais esta decisão, escolher este caminho. Penso nas voltas que percorri, nos empregos que tive, nas oportunidades que agarrei, nas portas se fecharam na minha cara, no que perdi e no que ficou depois disso. E se nada mais houver a perder, porque não saltar de cabeça? Tenho estado a preparar o salto, a colocar as cordas a passar pelos sítios certos, a estudar os ventos e os locais onde quero cair. Estou com os pés junto ao precipicio, dedos a tactear o limite onde o nada começa e a terra acaba, a olhar lá para baixo e a pensar que isto pode ser uma viagem do c******. Estou a ganhar coragem porque sei que vou andar com o estômago na boca quando começar, mas sinto que vou saltar. Falta-me reunir o resto da coragem, fechar os olhos, agarrar o estômago, deixar-me ir.
Vamos saltar?