segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ensaios de gente

Fechas os olhos com muita força enquanto ensaias umas gargalhadas bem sonoras. Manténs essa expressão por algum tempo enquanto tentas em vão abraçar o vento. De braços estendidos. Mãos abertas e dedos esticados. Olhos fechados. Um sorriso aberto, feliz, ingénuo. Soltas umas palavras que ninguém entende mas a julgar pela tua expressão são de contentamento. Até que finalmente chego até ti e te abraço. Sinto os teus braços em torno no meu pescoço que com força apertas. E assim ficas, num dos raros momentos em que resolves dar tréguas aos bichinhos carpinteiros que contigo brincam todos os dias. Ficas assim por uns instantes apenas, suspenso no meu abraço, a tua cara no meu ombro. Olhos fechados. O mesmo sorriso feliz e ingénuo. E eu dou por mim a ser embalada por ti, pela cantilena que vais cantando e que ninguém compreende e a pensar nestes pequenos nadas que são afinal tudo.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A Oeste nada de novo

As mesmas pessoas. A mesma mentalidade. O mundo lá fora avança. Discutem-se ideias, ouvem-se vozes contrárias. E às vezes até se muda de opinião. Mas aqui não há espaço para tal. São as mesmas pessoas que moldam as mentalidades, esculpidas à luz de uma sociedade familiar. Desconfiam do novo, sobretudo se não vier embrulhado na segurança do conhecimento habitual.

A Oeste nada de novo portanto.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Não percebo

Como é que alguém cai acidentalmente num bote?

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Sabes que estás cansada quando...

… Resolves encostar o carro e acordas meia hora depois sem saber muito bem onde estás (apesar de teres letras garrafais a dizer IKEA à tua frente). Isso ou uma ida urgente ao oftalmologista.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Spring mode


Os números, sempre os números. Essa obediência que não se ensina, nem se molda. São números, sempre números, quer sejam meus ou teus.
(sim, este blog anda em modo Primaveril)

sábado, 7 de janeiro de 2012

O negócio da Saúde

Vai mal. Quando numa das maiores, mais caras e supostamente melhores unidades hospitalares do país se deixam consultas a meio, há falta de pessoal e reina a desorganização, algo vai mal. Quando existe apenas um enfermeiro para fazer triagem e prestar assistência aos médicos e utentes, algo vai mal. Quando se informatiza o serviço mas depois se deixam os processos pendentes, em que até para pagar quase que é preciso voltar à urgência e refazer todo o circuito porque alguém se “esqueceu” de fechar o “episódio de urgência”, algo vai mal.
Talvez seja melhor começar a administrar aspirinas regularmente ao sector privado. É que as dores de cabeça provocadas por estes maus serviços, que são pagos, demasiado bem pagos para a qualidade de serviço prestada, tendem a aumentar no futuro. É um sintoma que algo vai muito mal no negócio da saúde.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Das partidas e das chegadas

Dou frequentemente comigo a pensar que quando finalmente chego a algum lado, inevitavelmente começo nesse mesmo instante a partir para o próximo. É a chatice dos ciclos.
Hesitei se haveria ou não de te matar. Acabar contigo de uma vez. Ou se deveria antes perpetuar-te nesse imenso mundo virtual, suspenso no tempo. Mas sou uma criatura de hábitos. E bem sabia que mais cedo ou mais tarde haveria de cá voltar. Página fechada nesse capítulo vida, que outro entretanto teve início e eis que mais uma vez voltamos aos ciclos.
Vamos ver até quando ou até onde ou em que cores se escreve por aqui.

Continuemos, então, em direcção ao próximo porto.