sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Maior que o mundo

Expliquei-lhe com calma que não estava doente e que estava tudo bem. Que apenas tive de levar uma pica na barriga para ver se estava tudo bem com o mano, tal como ele tive de levar uma pica para fazer análises no Verão e que o médico tinha dito para eu ficar deitada por uns dias. Olhou para mim e pediu para se deitar ao meu lado, enquanto fazia festinhas na minha cara. Tinha os olhos marejados em lágrimas. Doeu muito, mamã? eu não quero que te doa.

Não sei durante quanto tempo o mantive abraçado a mim. Nem quem confortava quem. Nem isso importa na verdade.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Constatações #5

Não, as grávidas não estão permanentemente em estado graça e felizes. Elas enjoam, têm insónias e mudanças súbitas e violentas de humor. E não adianta dizer o contrário. Sobretudo quando dormem cerca de 4 horas em média por noite. Intervaladas. E quando finalmente adormecem, alguém as vem acordar para dar recados que não são urgentes e que podiam ser ditos por telefone. Mais tarde. E depois volta a insónia e não adianta voltar a tentar dormir. Sim, somos um poço de doçura e encanto… quando conseguimos dormir. Por isso, por favor, não acorde a grávida. Perigo de explosão.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Eu bem digo que a vida me é irónica

E o que é que eu descubro um mês após de vender o meu T3 para regressar ao meu velhinho T2, 10 anos de infertilidade depois e à beira de entrar no “entas”?

domingo, 17 de julho de 2016

Palavras a sépia

Gosto de coleccionar momentos. Este blog mais não é do que um mero exercício pessoal de arquivo de momentos meus, provavelmente ridículos aos olhos de muitos, desprovidos de grande profundidade, mas que por eu, alguma razão quero registar, mesmo sabendo que daqui a uns tempos os irei reler e reviver de outra forma. São as minhas fotografias mentais de estados de espírito e, se passassem pelo crivo da uma câmara escura, não seriam mais do que simples retratos preto e branco, desfocados e sem grande enquadramento, com pouco tempo de revelador e fixador já que, na esmagadora maioria das vezes, pouco tempo tenho para os passar a texto como gostaria. Entre uma insónia que entretanto se instalou, e o compasso de espera para verificar se finalmente a febre do miúdo deu tréguas, comecei a ver um filme. Isto não seria nada de extraordinário não fosse dar-se o caso de eu ter perdido há muito o interesse por ver filmes. O mesmo se passa com a leitura de livros. Nem sei muito bem quando é que este divórcio começou, simplesmente não tenho disponibilidade mental para ficar a ver alguma coisa ou pegar num livro e começar a ler. Não sei onde se meteu aquela miúda que andava sempre a ler livros, que se envolvia e se emocionava com a narrativa. Desapareceu há muito. No entanto, hoje na ausência de outras alternativas lúdicas, parei num dado canal e deixei-me ficar por ali. E aconteceu magia. Um filme que me encheu as medidas, em todos os sentidos. Que me emocionou e me deixou a pensar, muito para além do seu fim. E isto, parecendo que não, faz toda a diferença. Aquela miúda, hoje em corpo de mulher, parece estar de volta. E eu tinha tantas saudades disto...

terça-feira, 12 de julho de 2016

Saudades

De ser dona do meu tempo, do meu espaço e do meu silêncio.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Pirilampos, “caga-lumes” ou “luzincus"

Uma vez, há muito tempo atrás numa noite fresca de Primavera, dei por mim no meio do nada, rodeada de centenas de pirilampos. Foi um momento que eu achei tão especial e mágico que ainda hoje constitui uma das minhas mais belas recordações, tendo ocorrido numa altura em que aconteceram várias mudanças boas na minha vida e o lado emocional dominava por completo as minhas decisões.
Contudo, outras decisões há que se tomam porque o rumo da vida assim o exige. Não são desejadas, não resultam de planos, sonhos ou ambições. São muitas vezes uma forma de resolver danos maiores, abreviar o tempo de duração dos “ses” que se atravessam no caminho. E o problema dos “ses” é que nunca têm um prazo de validade para se converterem em alguma coisa. Há alturas que sinto confiança e acredito em saltos de fé, e permito-me andar ao sabor da corrente, na esperança que as coisas se resolvam por si. Mas esta coisa de se acreditar na sorte normalmente não me corre bem e fui aprendendo a colocar a tónica cada vez mais na racionalidade e menos no lado emocional das decisões. Continuo a caminhar ao longo da linha do comboio, mas agora já não pago para ver se a luz ao fundo do túnel é mesmo uma saída, ou se é apenas (mais) um CP Carga em rota de colisão.
Amanhã vou assinar o contrato de promessa de compra e venda desta casa. E se por um lado sei que me vou livrar de uma série de dores de cabeça e recuperar grande parte do controlo da minha vida, por outro não deixo de sentir que de alguma forma é uma volta atrás naquilo que ambicionei e projectei durante algum tempo. Deixa um amargo de boca por muito que eu racionalmente saiba que esta é a melhor solução, uma solução que me permite readquirir novamente a capacidade de voltar a projectar outro tipo de sonhos. Racionalmente sei que estou a fazer um bom negócio, emocionalmente tenho dúvidas. Há uns anos atrás eu fazia o tal salto de fé. Hoje já não.
Curiosamente, nestes últimos dias tenho tido o pátio cheio de pirilampos, coisa que em 5 anos que aqui estou nunca tinha acontecido.

domingo, 8 de maio de 2016

E tu, Anna Blue, que contas tu?

Inadvertidamente inaugurei uma nova tendência, quiçá a nível supra local (ò pra mim em bicos de pés) que consiste em cortar as unhas de uma das mãos apenas. É muito original e garanto que capta a atenção das pessoas, sobretudo se estivermos a lidar com o público, como é actualmente o meu caso, para além de deslumbrar a minha nova entidade patronal. Esta minha nova tendência teve tanto sucesso, que estou a ponderar cortar unha sim, unha não, da próxima vez, já que agora tenho uma reputação a manter. Isso ou começar a cortar as unhas DEPOIS de beber café. Enfim, nada de novo para quem está habituada a brilhar à conta de ser um tudo-nada distraída.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Como identificar uma mãe em poucos segundos

É aquela que, quando está distraída, começa a cantarolar isto...



quinta-feira, 21 de abril de 2016

Desta nova normalidade

Não tenho navegado na net, visto televisão ou ouvido rádio. Não sei bem o que se passa no mundo, quais foram as últimas catástrofes naturais ou humanas, qual o último escândalo mediático ou se o fim do Inverno está para breve. E não sinto falta nenhuma. Em compensação já estou atolada de trabalho, as horas passam e não dou por isso. Um corrupio de informação cruzada, picos de stress e muita coisa para fazer ao mesmo tempo. Um regresso a uma certa normalidade da qual eu já tinha muitas saudades. Sei que me esperam dores de cabeça, que haverá dias em que vou continuar a pensar em trabalho mesmo depois de já ter saído. Mas, por enquanto, por aqui celebra-se o fim de uma longa travessia no deserto com um grande suspiro de alívio e readquire-se, a pouco e pouco, a capacidade de voltar a fazer planos. A minha almofada é que anda triste, porque agora tem de falar sozinha...

terça-feira, 5 de abril de 2016

Curtas

Comecei novo trabalho, numa área completamente diferente da minha. Estava no lugar certo à hora certa, num acaso que desta vez foi coroado de sorte. A 3 km de casa. Venho almoçar a casa todos os dias. Saio a tempo de ir buscar o miúdo. Colegas espectaculares e um ambiente de trabalho tranquilo. Espero que este seja o inicio de uma longa relação. Agora sim. Habemus serenidade.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Morrer na praia

A minha vida é isto...Eu devia mudar o meu nick para Anna Quase.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Round 3

Here we go again!
Amanhã vou à terceira fase de um processo de recrutamento. Espero que corra bem e que ambos (eu e empresa) estejamos dentro das respectivas expectativas. Se conseguir, a minha vida vai levar uma volta de 180º, muito próxima da vida de saltimbanco que tive em tempos.
Aguardemos, portanto, com tranquilidade.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Já ganhou

Esqueçam os falsos recibos verdes ou a ininterrupta contratação de estagiários. Relevem a contratação de profissionais com 10 de experiência, com fluência em 5 línguas pela fantástica remuneração de um salário mínimo. Aluguer de estagiários? Isso é para meninos. Há uma empresa que está neste momento a recrutar não pessoas, de carne e osso, mas sim Máquinas. MÁQUINAS. Aos berros e tudo. Estou aqui a controlar-me para não enviar o CV do meu ferro de passar, sim, o tal do giveaway que ninguém quer (não percebo porquê). É que se há máquina que aguenta o stress é aquele ferro. E ser insultado e destratado sem nunca sequer esboçar uma resposta ou defesa. Dá gosto gritar com uma máquina assim. É que estou mesmo, mesmo, mesmo mas mesmo tentada a criar um email e um cv, com fotografia do ferro, experiência profissional, competências e tudo só para concorrer. Pode ser que o chamem para uma entrevista e resolvo já a questão do giveaway. É que uma empresa deste calibre merece simplesmente o melhor.

quarta-feira, 2 de março de 2016

O melhor giveaway de sempre!

Tenho um ferro a vapor com uma personalidade incrível e que está prestes a voar pela janela. Ora como devemos ser uns para os outros, eu não vos quero privar de terem a oportunidade de possuírem um objecto de culto que já teve a honra de ter sido tocado por mim. É extremamente meigo com a roupa e bastante eficaz com os vincos. Quase já não deita vapor, mas ainda consegue aquecer, o que em última análise é o que um ferro deve fazer. Tem apenas um ligeiro problema de incontinência, coisa pouca, em meio litro de água ele perde mais de metade pelo caminho o que compensa largamente o défice de vapor, já que a roupa fica bastante mais molhada do que se tivesse a opção do vapor a funcionar. E o que têm vocês de fazer para terem este fantástico ferro? É muito simples: basta escreverem nos comentários o que fariam vocês com um ferro tão incrível assim. A melhor resposta ganha a possibilidade real de o espatifar pessoalmente, o que convenhamos é extremamente retemperador. Já que não podemos espatifar outras coisas, seja por falta do objecto em si (que a vida está difícil e não nos podemos dar ao luxo de espatifar por exemplo um computador por ser demasiado lento, ou a cara de alguém por ter sido malcriado connosco) seja porque nos podem chatear se for algo alheio, podem agora fazê-lo com este fantástico ferro. É ou não é o melhor giveaway de todo o sempre? Não se acanhem, dêem largas à vossa imaginação.

Disclaimer: este post contém linguagem eventualmente obscena

Tudo começa com um leve rubor na pele. A pouco e pouco o tom rosado é substituído por uma cor púrpura e um aspecto carnudo. A sensibilidade ao toque torna-se extremamente elevada, o que proporciona momentos de intensa satisfação quando esta parte do corpo entra em contacto com superfícies rugosas ou temperaturas extremas. Ao mesmo tempo assiste-se a uma tumefacção da zona abrangida, a qual aumenta consideravelmente de tamanho e assim permanece por muito tempo. Esta situação é particularmente incómoda, pois não só é limitativa em termos de movimento como também, em situações sociais, a atenção tende a dirigir-se para essa parte do corpo e por mais que procuremos evitar olhares constrangedores, sabemos que as suas evidências não escapam a um olhar mais escrutinador. Quando o clímax da situação é por fim atingido, o desintumescer pode levar algum tempo e é frequentemente acompanhado por uma sensação de incandescência nessa parte do corpo, o que provoca uma necessidade, por vezes aflitiva, de combater o prurido de forma particularmente enérgica, o que continua a ser constrangedor quando efectuado em público. Aconselha-se por isso descrição no tratamento da situação. E um bom creme reparador.

Falamos de frieiras, claro, essas putas que não me largam durante o Inverno.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Momento lúdico do dia

Aquele em que te deparas com um anúncio a pedir colaboradores para part-time de 36h semanais… Nem quero imaginar o horário dos desgraçados que trabalham a tempo inteiro.

A Anna também fala sobre as suas rotinas diárias

Dado que isto é um assunto de supra interesse nacional, decidi partilhar convosco as minhas rotinas matinais.
As minhas manhãs não têm hora marcada para começar. Tanto se iniciam às 6h30 da manhã, como mais tarde. Têm contudo um denominador comum: o grito de guerra que me faz saltar da cama em 3 segundos, complemente destrambelhada e normalmente a tropeçar em qualquer coisa que está meticulosamente desarrumada pelo chão, e que varia entre “Mãe, vem limpar-me o rabo” ou “Mãe, estou todo mijado”. Após a resolução da situação, urge começar a tratar da higiene diária, a qual decorre de forma célere, de acordo com o ritmo da desarrumação que se ouve a acontecer no quarto ao lado, onde por esta altura já não existe um cm2 livre de brinquedos, bonecos, legos, livros e tudo o que mais houver para desarrumar. Normalmente o meu grau de eficiência é já bastante elevado, encontrando-me actualmente na fase S1E1, ou seja, já consigo secar o cabelo E escovar os dentes ao mesmo tempo. Segue-se a fase criativa da manhã, que consiste em escolher a roupa do petiz, sendo que a todas as combinações possíveis e imaginárias se ouve um “Não quero!” e dou início aos meus exercícios vocais matinais para aquecimento da voz. Às vezes estes exercícios são acompanhados por exercício físico, nomeadamente corridas de obstáculos. Terminada esta tarefa, dirijo-me para a cozinha e começo a preparar o meu brunch e o do petiz. O pequeno-almoço, independentemente do menu apresentado, da temperatura do leite ou da consistência da papa, é sempre rejeitado pelo catraio, o qual faz questão de expressar veementemente a sua oposição a tão divertida tarefa, o que contribui para a manutenção do meu bom humor matinal. Tendo concluído esta etapa segue-se um período de argumentação e retórica, em que o petiz me procura demover a todo o custo de o levar à escolinha. Quando constata a ineficiência da argumentação, o catraio acaba por implementar técnicas de guerrilha que consistem em esconder os sapatos ou abalar com as chaves, por forma a inviabilizar a saída matinal. E claro que tem de haver tempo ainda para a escolha do boneco/brinquedo/traquitana que vai levar para a escolinha, a qual pode demorar bastante tempo (“esse já levei/ esse não quero/ esse não gosto”). As minhas manhãs são, portanto, extremamente calmas e pacíficas, completamente planificadas e organizadas, um mimo de tranquilidade e sossego. Não percebo porque me dizem que ando com um ar cansado. Ah! Espera… falta-me a maquilhagem.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Detalhes da vida de uma desempregada

Depois de uma aturada batalha para conseguir actualizar e colocar o CV online numa determinada base de dados, eis que reparo num anúncio e movida pela curiosidade resolvo ver o que se trata. Tudo certo, não fosse o facto de não ter encerrado a sessão e o site ter considerado que estava a enviar uma candidatura. Resultado: acabei de concorrer para um lugar numa área completamente diferente da minha, com um CV que não se enquadra no perfil pretendido, com zero experiência na área e morando a uma distância considerável do local de trabalho. Já estou a imaginar os senhores dos RH a olharem para aquilo e a pensar que ou devo ser lunática ou estou extremamente motivada pela oferta. Eu, no lugar deles, chamava-me para uma entrevista, só para tirar as teimas…

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Recomeçar

Voltar a um qualquer ponto anterior. Apagar o que medeia esse momento e o actual. Sentir que faz cada vez mais sentido voltar atrás. A vida não é uma linha recta e às vezes é preciso recuar, arrepiar caminho e largar lastro pelo meio. E aceitar que esse caminho, esse retrocesso, é tão válido como outro qualquer. Estou em vias de voltar atrás 5 anos e já há muito tempo que não sentia um entusiasmo tão grande perante uma decisão. Vou regressar aonde já fui feliz e descomplicar a minha vida. Vou regressar à minha primeira casa. Vou recomeçar.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

À consideração da EDP

Tive a infeliz ideia de alterar o horário do bi-horário na outra casa que tenho para alugar. Infeliz, porque na altura nem me ocorreu que teria de ter uma vistoria técnica para alterar o contador, ou seja, uma manhã ou uma tarde perdidas. Os senhores da EDP foram desde logo extremamente incisivos no cumprimento do horário da visita, avisando-me (por mais do que uma vez) que uma ausência do local poderia incorrer num custo de 20€. De maneiras que na data e hora combinadas estava eu plantada na casa, sem outro entretém que não fosse esfregar paredes. E o que eu gosto de esfregar paredes. E lava-las com todos os produto e mais alguns para conseguir desencardi-las. A-D-O-R-O. Sem esquecer dessa tarefa tão inspiradora que é tentar limpar riscos de canetas de uns sofás. Um verdadeiro trabalho de ourives, pena é que seja uma arte em vias de desaparecimento. Tal como a minha paciência. E assim passei eu uma manhã extremamente animada, lavando paredes como se não houvesse amanhã, sendo que a minha energia ia aumentando na mesma proporção da minha irritação. Devo confessar que foi até um momento catártico, já que no fim quase que consegui devolver às paredes a sua cor original.  Original foi também o facto de, para além de suas excelências não terem aparecido e após ter apresentado reclamação, me informarem, de forma muito incrédula, que não me vão creditar 20€, conforme solicitei. Ora bem, se eu tivesse faltado ao agendamento, teria de pagar 20€ a suas excelências. Mas como quem faltou foi a equipa técnica, eu não tenho direito a receber a mesma compensação pelo incumprimento e pelo novo agendamento. Por acaso eu até tenho disponibilidade, mas e se não tivesse? E se tivesse de faltar uma manhã para os receber (que neste caso já vão ser duas?). Esta história da responsabilização é muito bonita quando funciona apenas quando nos convém. Um excelente exemplo de como trabalham os nossos serviços. Estamos entregues à bicharada e condenados a pagar e não bufar. Exmos senhores da EDP, para suas excelências, tenho apenas uma mensagem para vos adereçar: piretes. Muitos.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A Oeste nada de novo #4

Pois andava eu na minha alegre e despreocupada vida de desempregada quando entretanto fui convocada para mais uma acção de informação e revisão da minha situação. Eu e mais uns quantos como eu. Ressalvo aqui que, pela primeira vez, a técnica do IEFP era extremamente humana e conhecedora desta realidade, o que me deixou com alguma esperança quanto a uma certa humanização destes serviços, em que o desempregado é mais do que um mero número estatístico que urge erradicar dê lá por onde der. Mas o que me deixou mesmo, mesmo, mesmo com a pulga atrás da orelha foi o facto de uma senhora, a propósito de incentivos à criação do próprio emprego (vulgo empreendedorismo), se ter apresentado como uma das maiores bloggers nacionais, detentora de um dos blogue mais lidos de Portugal (e que infelizmente não quis revelar o nome) e que pretendia saber de incentivos para passar o blogue a livro... Eu até consigo compreender o porquê de alguém que está a viver de RSI, como aparentemente é o caso desta pessoa, pensar que isto até é uma boa ideia. O que eu não consigo compreender é por que razão ninguém diz a estas pessoas que existindo o blogue, não faz sentido o livro. Se já foi publicado/lido/comentado qual é vantagem de o editar em livro? Mesmo que o blogue ou os posts sejam apagados antes da edição do livro (e partindo do principio que existe uma editora que acredite nesse projeto) existe aquela coisa da memória em cache que permite visualizar o que foi publicado online. Por isso e mais uma vez: qual é a vantagem? Se os textos já foram publicados e posso voltar a lê-los online, por que razão irei gastar dinheiro a comprar o livro?

domingo, 7 de fevereiro de 2016

E porque não?

Não conheço Bruxelas e como apreciadora de bom chocolate, parece-me que se trata de uma lacuna que urge colmatar. Para mais, tenho uma predileção por causa impossíveis. Mais informações aqui.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Se a vida te dá laranjas…

Faz um sumo, prepara uma tosta de tomate, queijo e orégãos e senta-te lá fora a almoçar. Escolhe o teu sítio preferido do pátio, deixa que o sol de Inverno te aqueça o corpo enquanto escutas a passarada nas árvores e esquece que lá fora existe um mundo que não faz sentido.

Alguma coisa eu devo estar a fazer bem


Mãe, eu não quero ir à escolinha…
Porquê?
Porque eu não sou nenhum palhaço! Posso ir mascarado de mim?
Mas todos os meninos vão estar mascarados de palhaços também. É carnaval e é apenas um desfile.
Mãe, mas eu não quero. Não gosto de palhaços. Se eu não sou palhaço, não me vou mascarar de palhaço. Eu sou eu, mesmo no carnaval, não entendes?
Não o mascarei. Achei a argumentação bastante válida. E também eu não gosto de palhaços.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

A escolha da guerra

Finanças, Conservatória, EDP, Águas cá do burgo, solicitadora, Imobiliária, fiadores e Centro de Emprego.

Tanto pitéu para me entreter que nem sei por onde vou começar. Isto é que vai ser cá uma festa… As coisas deviam ser como no tempo da guerra de 1908 do Solnado. Tudo muito bem organizado, com horários compatíveis, e sempre entre amigos, que a malta não está cá para se fazer velha antes do tempo, nem para aborrecer ninguém. Voltei, portanto, à minha vidinha normal como facilitadora de situações urgentes e estuchas inadiáveis, com especialização aplicada em resolução de berbicachos e imbróglios abrangentes em matérias do domínio público-administrativo, encontrando-me ainda em formação intensiva em questões imobiliárias jurídico-enervantes.

E as saudades que eu já tinha disto, hein?

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

E depois acordei

Há duas semanas atrás eu estava muito feliz. Tinha conseguido a vaga, naquela que seria supostamente a minha área de formação e, apesar do ordenado ser uma miséria, isso não me demoveu, já que pelo menos tinha voltado ao activo. A vida está difícil, tenho um puto para criar e contas para pagar. Contas feitas ao combustível e portagens, acrescida do agravamento da mensalidade no infantário (uma IPSS), pouco ou nada sobrava mas, lá está, estava de volta ao mercado de trabalho e isso para mim era o mais importante.
Mas depois veio a realidade. Afinal quando na entrevista falavam em acompanhar projetos relacionados com a minha formação, na realidade o que eles queriam dizer era fazer secretariado. Depois o horário de trabalho que pontualmente poderia ser excedido, afinal transformou-se em maratonas de 10h e 11h seguidas, já que há reuniões também durante o almoço. E ao fim do dia. E à noite. E deslocações a serem feitas no meu próprio carro, e embora possa ser ressarcida em termos de combustível, não em agrada andar a palmilhar o país, sempre que for necessário, num chaço com mais de 300.000 km. Mas até aqui eu ainda estava disposta a continuar.
Agora que estou mais integrada, vejo que o ambiente é muito mau. Já trabalhei com pessoas difíceis, com pessoas filhas da mãe, capazes de tudo para subirem na hierarquia, posições horizontais incluídas, com pessoas intragáveis no trato e até com pessoas perturbadas mentalmente. Mas é a primeira vez que assisto a terrorismo psicológico ao vivo e de forma reiterada. Telefonemas da chefia que duram uma hora apenas para gritar e desancar. Várias vezes ao dia. Todos os dias. E só consigo pensar “onde é que eu me fui meter…”
Não sei o que fazer…

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Carrocel de emoções #3

Consegui!!! Eu consegui!!!! EU CONSEGUI!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Carrocel de emoções #2

Passei à fase seguinte no processo de recrutamento. Entrevista com o Big Boss e restante comitiva na sexta. Ó pá, era tão bom que desse certo! Só assim naquela de me fazer acreditar que afinal as coisas até podem correr bem, que as oportunidades sempre existem e temos de ser persistentes, nunca baixar os braços e continuar a mandar emails. Que desta vez vai correr ainda melhor e vou conseguir a vaga. Eu sei que o Natal já passou, mas eu ainda acredito em ti... Vá lá... Faz magia acontecer, sim?

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Carrocel de emoções

Nos últimos 3 dias fui chamada para uma entrevista de emprego. Andei a fugir a um carro que capotou várias vezes à minha frente. Tenho uma casa novamente para alugar e para reconstruir (e um prejuízo para cima de uma pipa de massa). Se há coisa que eu definitivamente não me posso queixar é de monotonia na minha vida.