quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Momento lúdico do dia

Aquele em que te deparas com um anúncio a pedir colaboradores para part-time de 36h semanais… Nem quero imaginar o horário dos desgraçados que trabalham a tempo inteiro.

A Anna também fala sobre as suas rotinas diárias

Dado que isto é um assunto de supra interesse nacional, decidi partilhar convosco as minhas rotinas matinais.
As minhas manhãs não têm hora marcada para começar. Tanto se iniciam às 6h30 da manhã, como mais tarde. Têm contudo um denominador comum: o grito de guerra que me faz saltar da cama em 3 segundos, complemente destrambelhada e normalmente a tropeçar em qualquer coisa que está meticulosamente desarrumada pelo chão, e que varia entre “Mãe, vem limpar-me o rabo” ou “Mãe, estou todo mijado”. Após a resolução da situação, urge começar a tratar da higiene diária, a qual decorre de forma célere, de acordo com o ritmo da desarrumação que se ouve a acontecer no quarto ao lado, onde por esta altura já não existe um cm2 livre de brinquedos, bonecos, legos, livros e tudo o que mais houver para desarrumar. Normalmente o meu grau de eficiência é já bastante elevado, encontrando-me actualmente na fase S1E1, ou seja, já consigo secar o cabelo E escovar os dentes ao mesmo tempo. Segue-se a fase criativa da manhã, que consiste em escolher a roupa do petiz, sendo que a todas as combinações possíveis e imaginárias se ouve um “Não quero!” e dou início aos meus exercícios vocais matinais para aquecimento da voz. Às vezes estes exercícios são acompanhados por exercício físico, nomeadamente corridas de obstáculos. Terminada esta tarefa, dirijo-me para a cozinha e começo a preparar o meu brunch e o do petiz. O pequeno-almoço, independentemente do menu apresentado, da temperatura do leite ou da consistência da papa, é sempre rejeitado pelo catraio, o qual faz questão de expressar veementemente a sua oposição a tão divertida tarefa, o que contribui para a manutenção do meu bom humor matinal. Tendo concluído esta etapa segue-se um período de argumentação e retórica, em que o petiz me procura demover a todo o custo de o levar à escolinha. Quando constata a ineficiência da argumentação, o catraio acaba por implementar técnicas de guerrilha que consistem em esconder os sapatos ou abalar com as chaves, por forma a inviabilizar a saída matinal. E claro que tem de haver tempo ainda para a escolha do boneco/brinquedo/traquitana que vai levar para a escolinha, a qual pode demorar bastante tempo (“esse já levei/ esse não quero/ esse não gosto”). As minhas manhãs são, portanto, extremamente calmas e pacíficas, completamente planificadas e organizadas, um mimo de tranquilidade e sossego. Não percebo porque me dizem que ando com um ar cansado. Ah! Espera… falta-me a maquilhagem.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Detalhes da vida de uma desempregada

Depois de uma aturada batalha para conseguir actualizar e colocar o CV online numa determinada base de dados, eis que reparo num anúncio e movida pela curiosidade resolvo ver o que se trata. Tudo certo, não fosse o facto de não ter encerrado a sessão e o site ter considerado que estava a enviar uma candidatura. Resultado: acabei de concorrer para um lugar numa área completamente diferente da minha, com um CV que não se enquadra no perfil pretendido, com zero experiência na área e morando a uma distância considerável do local de trabalho. Já estou a imaginar os senhores dos RH a olharem para aquilo e a pensar que ou devo ser lunática ou estou extremamente motivada pela oferta. Eu, no lugar deles, chamava-me para uma entrevista, só para tirar as teimas…

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Recomeçar

Voltar a um qualquer ponto anterior. Apagar o que medeia esse momento e o actual. Sentir que faz cada vez mais sentido voltar atrás. A vida não é uma linha recta e às vezes é preciso recuar, arrepiar caminho e largar lastro pelo meio. E aceitar que esse caminho, esse retrocesso, é tão válido como outro qualquer. Estou em vias de voltar atrás 5 anos e já há muito tempo que não sentia um entusiasmo tão grande perante uma decisão. Vou regressar aonde já fui feliz e descomplicar a minha vida. Vou regressar à minha primeira casa. Vou recomeçar.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

À consideração da EDP

Tive a infeliz ideia de alterar o horário do bi-horário na outra casa que tenho para alugar. Infeliz, porque na altura nem me ocorreu que teria de ter uma vistoria técnica para alterar o contador, ou seja, uma manhã ou uma tarde perdidas. Os senhores da EDP foram desde logo extremamente incisivos no cumprimento do horário da visita, avisando-me (por mais do que uma vez) que uma ausência do local poderia incorrer num custo de 20€. De maneiras que na data e hora combinadas estava eu plantada na casa, sem outro entretém que não fosse esfregar paredes. E o que eu gosto de esfregar paredes. E lava-las com todos os produto e mais alguns para conseguir desencardi-las. A-D-O-R-O. Sem esquecer dessa tarefa tão inspiradora que é tentar limpar riscos de canetas de uns sofás. Um verdadeiro trabalho de ourives, pena é que seja uma arte em vias de desaparecimento. Tal como a minha paciência. E assim passei eu uma manhã extremamente animada, lavando paredes como se não houvesse amanhã, sendo que a minha energia ia aumentando na mesma proporção da minha irritação. Devo confessar que foi até um momento catártico, já que no fim quase que consegui devolver às paredes a sua cor original.  Original foi também o facto de, para além de suas excelências não terem aparecido e após ter apresentado reclamação, me informarem, de forma muito incrédula, que não me vão creditar 20€, conforme solicitei. Ora bem, se eu tivesse faltado ao agendamento, teria de pagar 20€ a suas excelências. Mas como quem faltou foi a equipa técnica, eu não tenho direito a receber a mesma compensação pelo incumprimento e pelo novo agendamento. Por acaso eu até tenho disponibilidade, mas e se não tivesse? E se tivesse de faltar uma manhã para os receber (que neste caso já vão ser duas?). Esta história da responsabilização é muito bonita quando funciona apenas quando nos convém. Um excelente exemplo de como trabalham os nossos serviços. Estamos entregues à bicharada e condenados a pagar e não bufar. Exmos senhores da EDP, para suas excelências, tenho apenas uma mensagem para vos adereçar: piretes. Muitos.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A Oeste nada de novo #4

Pois andava eu na minha alegre e despreocupada vida de desempregada quando entretanto fui convocada para mais uma acção de informação e revisão da minha situação. Eu e mais uns quantos como eu. Ressalvo aqui que, pela primeira vez, a técnica do IEFP era extremamente humana e conhecedora desta realidade, o que me deixou com alguma esperança quanto a uma certa humanização destes serviços, em que o desempregado é mais do que um mero número estatístico que urge erradicar dê lá por onde der. Mas o que me deixou mesmo, mesmo, mesmo com a pulga atrás da orelha foi o facto de uma senhora, a propósito de incentivos à criação do próprio emprego (vulgo empreendedorismo), se ter apresentado como uma das maiores bloggers nacionais, detentora de um dos blogue mais lidos de Portugal (e que infelizmente não quis revelar o nome) e que pretendia saber de incentivos para passar o blogue a livro... Eu até consigo compreender o porquê de alguém que está a viver de RSI, como aparentemente é o caso desta pessoa, pensar que isto até é uma boa ideia. O que eu não consigo compreender é por que razão ninguém diz a estas pessoas que existindo o blogue, não faz sentido o livro. Se já foi publicado/lido/comentado qual é vantagem de o editar em livro? Mesmo que o blogue ou os posts sejam apagados antes da edição do livro (e partindo do principio que existe uma editora que acredite nesse projeto) existe aquela coisa da memória em cache que permite visualizar o que foi publicado online. Por isso e mais uma vez: qual é a vantagem? Se os textos já foram publicados e posso voltar a lê-los online, por que razão irei gastar dinheiro a comprar o livro?

domingo, 7 de fevereiro de 2016

E porque não?

Não conheço Bruxelas e como apreciadora de bom chocolate, parece-me que se trata de uma lacuna que urge colmatar. Para mais, tenho uma predileção por causa impossíveis. Mais informações aqui.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Se a vida te dá laranjas…

Faz um sumo, prepara uma tosta de tomate, queijo e orégãos e senta-te lá fora a almoçar. Escolhe o teu sítio preferido do pátio, deixa que o sol de Inverno te aqueça o corpo enquanto escutas a passarada nas árvores e esquece que lá fora existe um mundo que não faz sentido.

Alguma coisa eu devo estar a fazer bem


Mãe, eu não quero ir à escolinha…
Porquê?
Porque eu não sou nenhum palhaço! Posso ir mascarado de mim?
Mas todos os meninos vão estar mascarados de palhaços também. É carnaval e é apenas um desfile.
Mãe, mas eu não quero. Não gosto de palhaços. Se eu não sou palhaço, não me vou mascarar de palhaço. Eu sou eu, mesmo no carnaval, não entendes?
Não o mascarei. Achei a argumentação bastante válida. E também eu não gosto de palhaços.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

A escolha da guerra

Finanças, Conservatória, EDP, Águas cá do burgo, solicitadora, Imobiliária, fiadores e Centro de Emprego.

Tanto pitéu para me entreter que nem sei por onde vou começar. Isto é que vai ser cá uma festa… As coisas deviam ser como no tempo da guerra de 1908 do Solnado. Tudo muito bem organizado, com horários compatíveis, e sempre entre amigos, que a malta não está cá para se fazer velha antes do tempo, nem para aborrecer ninguém. Voltei, portanto, à minha vidinha normal como facilitadora de situações urgentes e estuchas inadiáveis, com especialização aplicada em resolução de berbicachos e imbróglios abrangentes em matérias do domínio público-administrativo, encontrando-me ainda em formação intensiva em questões imobiliárias jurídico-enervantes.

E as saudades que eu já tinha disto, hein?