sábado, 30 de maio de 2015

Tão bom!

Fazer uma maluqueira, só porque sim. Mandar tudo às urtigas, não ter plano B e não me ralar nada com isso. Seguir apenas a vontade de o fazer, não importa o resto.
Há tanto tempo que eu não soltava as amarras assim...

sexta-feira, 29 de maio de 2015

É para ficarmos optimistas?

“Lembra-se da última vez que a economia portuguesa cresceu seis trimestres seguidos?” Sim, sim… estou aqui que nem posso, a dar pulos de contente. Mal posso esperar pela saída da Grécia do euro.

Coisas que me fazem soltar verborreia ofensiva

Limpar o pátio a preceito, com direito a dores musculares em sítios onde eu já nem me lembrava que tinha músculo, e depois vir a nortada e deixar quase tudo na mesma. Eh pá, que fixe. Pena que a minha queridíssima vizinha, proprietária da nogueira que me conspurca o pátio o ano inteiro, não me tenha encontrado hoje. É que ela julga que me faz um grande favor em manter a nogueira. Só.Que.Não. Tanto vendaval, tanta tempestade, tanto raio e não há nenhum que caia em cima da dita (nogueira). A árvore está podre, a cada Inverno que passa, caiem troncos que dá para alimentar a lareira mais do que um dia, as nozes não prestam ou têm bicho e ainda serve de passagem para os ratos subirem ao telhado, sem esquecer as sementes que enchem tudo de pó na Primavera e as folhas ao longo do ano, em especial no Outono. Ai que giro, Anna! Tens uma nogueira que te dá sombra! Olha, por falar em sombra, sabes onde punha eu a nogueira? Sabes?

É isso mesmo.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

(In) Fertilidade

Mais uma vez vejo-me confrontada com a minha memória selectiva. Foi um processo longo e emocionalmente desgastante, porque no decurso de cada tratamento que se faz, constroem-se sonhos, vive-se um estado de pseudo-gravidez com tudo o que isso implica. Na realidade, aqueles dias, semanas de espera são vividos num equilíbrio precário entre alimentar as expectativas ou racionalizar o possível insucesso do tratamento, tudo isto no meio de um cocktail de hormonas que nos deixam física e psicologicamente à beira da loucura. A TPM é para meninos. O mundo gira à volta de horários, injecções, ecografias, consultas. É impossível manter uma aparente normalidade e é por isso que as pessoas bem-intencionadas, que nos aconselham para não stressar, recebem muitas vezes um olhar assassino. Não é por mal, mas esse é um discurso perfeitamente desnecessário. Se querem ser solidárias, digam tudo menos isso. Se eu tivesse recebido um euro por cada vez que alguém me disse para relaxar, estaria rica. Ok, não rica, mas dava para uma bela mariscada em família. Talvez por essa razão acabei por ser uma espécie de porto de abrigo para alguém que está a passar por isso pela primeira vez. As perguntas foram muitas e eu dei por mim a constatar que recalquei, esqueci, apaguei a maior parte dos detalhes do processo. O puto nasceu e eu fiz um reset. É como se não quisesse voltar a ser confrontada com a angústia da incerteza. Contudo, acompanhar esta 1ª viagem de alguém, foi apaziguador. Os fantasmas afinal não metem assim tanto medo. Mais uma gaveta arrumada. E ainda bem, porque tudo indica que esta viagem terá um final feliz e eu sinto-me grata por participar nela desde o início.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

A idade dos porquês no rescaldo da ida ao Jardim Zoológico.

Mãe, estou triste… Não vi dinossauros.
Isso é porque os dinossauros já não existem, apenas nos desenhos animados.
Mas porquê?  
Porque eram muito grandes e depois faltou comida.
E porque faltou comida?
Porque houve uma altura há muito, muito, muito tempo atrás em que a noite foi muito longa e depois não crescia comida para eles.
E porquê que a noite foi longa?
Humm…Um dia vais perceber melhor.
Mãe?...
Sim?
Amanhã faz dia?
Sim, amanhã há dia…
E os dinossauros vão voltar?
Não, os dinossauros não vão voltar.
Porquê?

(…)

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Anna Blue a caminho do estrelato

A propósito do Dia da Mãe, fui apanhada numa aula de Zumba à qual não podia escapar. Ora acontece que a minha habilidade nestas coisas de danças em grupo é semelhante à graciosidade de um elefante numa loja de porcelanas. Toda eu sou (des)coordenação motora e (falta de) ritmo. Mas os olhos contentes do puto ao observar-me, feliz por me ver ali, deitaram por terra a minha relutância em participar. E assim, imbuída de uma capa de coragem, dei o corpo ao manifesto e resolvi disparar braços e pernas (e pedidos de desculpas) em todas as direcções. Não, não foi bonito de se ver. E espero, sinceramente, neste momento não fazer parte de nenhum vídeo viral daqueles que pululam a internet ao som de gargalhadas de fundo. A coisa passou-se e eu dei por encerrado o episódio caricato. Qual não é o meu espanto quando uns dias depois abro o facebook e tenho resmas, paletes de pedidos de amizade. Todos de pessoas que tiveram a infelicidade de ver o meu show. Vou considerar que esta onda de popularidade se deve simplesmente ao meu charme natural e que não tem nada a ver com o facto de eu ter dado nas vistas com os meus dotes dançarinos. Vamos pensar que sim.