sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

terça-feira, 27 de novembro de 2012

É a crise, estúpida! #2

Acabo de ver um anúncio para a apanha de brócolos e couve-flor onde se pede “experiência comprovada na função”. E fiquei para aqui a pensar como é que raio se comprova experiência numa função destas. Coloca-se à frente do candidato um conjunto de legumes e pede-se para o candidato selecionar os brócolos e as couves-flor? Pedem-se referências a algum agricultor? Pede-se a alguém para nos fotografar a escolher orgulhosamente um brócolo? Há cursos de formação para a apanha de brócolos e couve-flor? E passam certificado? Toda eu sou dúvidas...

É a crise, estúpida! #1

Alguém que me diga como é que eu convenço o meu incómodo hóspede que aqui não somos adeptos do” roofsurfing”?

domingo, 25 de novembro de 2012

Enquanto isso

Eu sou uma sortuda. Tenho o privilégio de passar por experiências que poucos outros mortais se poderão gabar. Não digo que sejam melhores ou piores, mas são certamente peculiares. O colorido do meu dia-a-dia pinta-se ao gosto de quem lá em cima mexe os cordelinhos, sendo certo que quem o faz tem um sentido de humor de traço fino, por vezes tocando a ironia, outras roçando o humor negro. Mas, se eu o divirto com os meus malabarismos, tanto melhor, afinal somos todos uns peões, não é verdade? Pois agora o que eu realmente gostava de saber é como é que vou conseguir expulsar o incómodo hóspede que resolveu fazer do meu telhado o seu doce lar e que há 4 noites que não deixa ninguém dormir.
Isso é que de facto me anda a tirar o sono.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Escolhas


Estou no desemprego há uns meses. Nunca estive desempregada. Nunca tive de racionar comida ou fazer escolhas entre pagar a conta da luz ou da água. Talvez por isso ainda me sinta uma privilegiada. Mas tenho de fazer cada vez mais opções. Felizmente ainda posso comer bifes com regularidade, escolher o peixe que vou dar ao meu filho e comprar a roupa que ele precisa. Mas se nunca fui de gastar o que não tenho, a verdade é que também sou cada vez mais obrigada a fazer escolhas: escolho não ir ao cinema. Escolho não ter TV Cabo. Escolho não comprar roupa, não comer fora, não sair para um fim-de-semana a dois. E no entanto já o fiz com regularidade no passado. Se me custa? Custa, mas escolho escolher o peixe que vou dar ao meu filho.
Muitas vezes, e cada vez mais, o desempregado é considerado um inútil, um estorvo que anda a ganhar (os que ainda recebem subsidio) sem contribuir para a sociedade. Mas ninguém me perguntou se esta é uma escolha minha. Ou dos milhares que estão na mesma situação. Continuo a concorrer a tudo o que aparece, seja ou não da minha área. Mas se para a grande maioria basta apenas mandar um CV, para os poucos lugares que aparecem na minha área é preciso enviar também os certificados autenticados. Cada autenticação custa 17€. 17€! Sabem quantas postas de peixe consigo comprar com 17€? Muitas. Hoje fui aos correios enviar a documentação para concorrer a dois lugares. Foram 4 certificados. Façam as contas. Eu quero muito sair do desemprego. Mas também quero continuar a dar carne/peixe ao meu filho. E não quero ter escolher entre uma coisa e outra, porque ambas deveriam estar ao meu alcance.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

E o tema da tese é...

A preguiça, o lazer e as tarefas inúteis: contributos para a sistematização da problemática e consequências socio-estudantis. O caso da Travessa do Cais Azul.

Pretende-se com este estudo compreender a importância das tarefas inúteis no prolongamento da preguiça e se esta relação afecta a qualidade do tempo de lazer.

H1: A vontade de fazer alguma coisa é inversamente proporcional à quantidade de coisas que existem para fazer.  

H2: A quantidade de coisas que existem para fazer aumenta na mesma proporção do tempo gasto em tarefas inúteis.

H3: as tarefas inúteis criam-se para justificar a falta de vontade em fazer o que tem de ser feito.

(o que uma pessoa inventa para adiar a leitura de uma pilha de artigos…)

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Bem-vindos à freguesia da “União da Freguesias que não quiseram saber da agregação e que agora vão ficar com uns nomes lindos de morrer e unidas a realidades completamente díspares”


Não sei se ria, ou se chore.
Cabia às Assembleias Municipais a elaboração de pareceres para a agregação de freguesias. Não o tendo feito e havendo um calendário politico a seguir, foram substituídas nessa tarefa pela Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território (URAT), constituída por técnicos que não conhecem as especificidades dos territórios e limitaram-se a seguir critérios essencialmente demográficos e pouco mais. Em resultado, temos concelhos que vão ficar complemente descaracterizados administrativamente, unindo freguesias com realidade, dinâmicas e características completamente diferentes.
A cereja no topo do bolo é que a toponímia para todas estas novas freguesias resultantes das propostas da URAT é hilariante. Todas elas começam com “União das Freguesias (…)”. No meu caso vou passar a viver numa freguesia que resulta da agregação de 3 ou seja um comboio de nomes, mas há freguesias que resultam da agregação de muitas mais.
Para quem quiser saber qual a sua nova freguesia consultar aqui.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O mundo é uma ervilha

Regresso aos bancos de faculdade, escolho uma área diferente da minha formação base, um tipo de instituição diferente , numa localidade relativamente pequena e esquecida e encontro uma antiga colega da faculdade como docente de uma cadeira à qual sou aluna. Chego à conclusão que somos sempre os mesmos.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Carta aberta a PPC


Sei que provavelmente nunca irá ler esta carta. Estará decerto mais ocupado a erradicar a pobreza e a substituí-la pela miséria. Os tempos são difíceis, eu sei (não soubesse eu outra coisa), mas temo que o Pedro não o saiba verdadeiramente. O Pedro, embora viva em Massamá, e por essa via se sinta próximo do povo, não sabe decerto o que é não ter um futuro. Não sabe o que é a incerteza de fazer face às despesas crescentes do dia-a-dia quando todas as fontes de rendimento vão secando a pouco e pouco até não haver mais nada. Eu sempre fiz parte da dita classe média. Filha de funcionários públicos, sempre vivi com a firme convicção que trabalhando honestamente, estudando e não dando um passo maior que a perna iria conseguir ter pelo menos um futuro digno. Os meus pais creio que me educaram bem. Incutiram-me os valores certos: honestidade, competência, integridade, perseverança. Mas receio que não me souberam preparar para o mundo em que vivemos, onde o valor do dinheiro se sobrepõe a tudo mais. E sem saber bem como, eis que dou por mim no limiar de uma vivência condigna. Fazendo malabarismos para conseguir pagar os meus bens essenciais e fazer face às contas que todos os meses tenho de honrar, apesar de outros não as honrarem comigo. Ao longo deste ano perdi o emprego depois de meses de salário em atraso. Agora vejo-me novamente em situação idêntica por outra entidade patronal. Dirá o Pedro que são azares desta conjectura, que temos de ter confiança no futuro. Mas receio bem, Pedro, que o banco não vá nessa conversa. A ele não interessa que o meu trabalho não seja remunerado, ou que tenha praticamente de pagar para trabalhar. E eu começo a não saber como dou a volta a isto. E eu, Pedro, faço parte dessa grande fatia de população que estudou, lutou e empreendeu. Criou soluções, rompeu com formas de trabalhar do passado, adaptou-se, reinventou-se. Nunca tive cunhas ou facilitismos, lugares criados de propósito para mim, ou cartão do partido. E é por isso, Pedro, que você nunca irá perceber o que fez a este país. Irá ficar desiludido quando a contestação subir de tom e de repente sentir a Grécia aqui tão perto. Interrogar-se-á sobre o porquê de tamanha ingratidão. Mas sabe, Pedro, é que quando a preocupação passa a ser o que colocar na mesa, temo que os ânimos se exaltem. Mas não se preocupe, meu caro. Você decerto que não irá passar fome. Haverá sempre mais uma empresa pública pronta a acolhê-lo. Nós, como sempre, pagaremos o seu belo salário. Ou não. Porque de tempos a tempos muda-se o paradigma. Pense nisso.

 
Anna Mexilhão Blue

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Coisas que me apraz dizer neste momento

Quando numa próxima entrevista, sobretudo se resultar de um anúncio do IEFP, me perguntarem pela experiência profissional vou simplesmente responder: Vera Pereira, muito prazer!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Saudades do tempo que ainda não partiu

Saudades de perder tempo a divagar. De perder o sentido, sem contudo deixar de caminhar. De sentir a leveza do trivial, de ignorar o relógio, sentido apenas uma brisa a bater-me na face. Tenho saudades de não pensar em nada, de me deitar sobre uma manta e deixar que as nuvens me contem uma história. Sem mais nada no pensamento a não ser que talvez vá adormecer embalada pelo som do mar ou do vento a passar pelas copas das árvores. Pensar em poesia, nos aromas que embrulharam tantos outros momentos, nas viagens que ainda não fiz ou em fotografia antigas. Em deixar emergir uma sonolência lânguida, doce, serena. E no fim, abrir os olhos, espreguiçar-me como um gato vadio, ajeitar as roupa amarrotada e seguir o meu caminho. Seja ele qual for.

Foto daqui

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Pi(s)adas

Andava para aqui a ver mestrados e dou por mim a pensar em seguir as pi(s)adas do Relvas: ora com uma licenciatura pré-Bolonha, uma pós-graduação com média de 16 e 12 anos de experiência profissional na área é capaz de dar para um doutoramento na Lusófona, não? Hã?
Ah… espera! Falta-me a parte do folclore. Bolas!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Querido, mudei a casa

Estão a ver aqueles dois velhotes dos Marretas que passavam a vida a mandar vir um com o outro durante o programa? Eu estou. Há duas horas.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Por cá hoje?

Quando comprei a minha primeira casa, uma das minhas melhores amigas ofereceu-me uma planta em jeito de inauguração oficial do tasco. Desconfiando desde logo da minha incapacidade inata para cuidar de um ser vivo, escolheu cuidadosamente o tipo de planta: ficus-qualquer-coisa, e que para além de suportar períodos longos sem água estava também associada à boa fortuna (e aqui também na óptica do vil metal). Curiosamente, andei à procura de uma imagem da dita planta na net (sim, que apesar do estado vegetativo em que se encontra este blogue, ainda há por aqui um certo brio na exposição dos conteúdos), descubro não só que os ficus estão associados às figueiras, coisa que esta planta decididamente não é, e que árvores da fortuna há muitas, mas isso eu também já desconfiava. Posto isso, terão (veleidade minha supor que ainda haja quem por aqui pare) de acreditar que efectivamente tenho uma planta, a qual eu acredito é um ficus-qualquer-coisa (porque era o que estava escrito na etiqueta) e que supostamente traz boa sorte e dinheiro (porque acredito na minha amiga). Ora acontece que, estando eu alampada no sofá, dou com os olhos no estado lastimável em que se encontra a planta, que segundo a minha amiga seria quase auto-sustentável, bastando para sobreviver apenas umas meras gotinhas de água a amiúde. Eu cá não sou bióloga, nem tenho formação em botânica, mas quer-me cá parecer que aquilo se parece perigosamente com uma planta às portas da morte. E isto fez-me pensar na evolução das minhas finanças, as quais curiosamente acompanharam a curva de declínio do meu ficus-qualquer-coisa. Como não há meio de me sair o euromilhões, então talvez a solução passe por regar a plantar, mas coisa pouca, que a pequena não está habituada à abundância e nestas coisas é melhor ir com calma, tudo a bem da saúde da planta, claro, que eu cá posso perfeitamente continuar a viver do ar. E a gostar muito de plantas, sobretudo daquelas que sobrevivem a longos períodos de míngua. Um pouco como este blogue.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Pormenores

A diferença não é o que fica depois de se subtrair o que não interessa, mas o que se acrescenta quando tudo o resto parece igual.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Bruxas

Eh pá, vocês já me deslargavam, não? É que paciência tem limites e a minha, que é sobejamente conhecida por ser finita e pequenina, já está a trabalhar em sobre esforço para compensar (e não começar eu a descompensar). Toda esta história das coincidências é muito gira, muito engraçada, ai a simultaneidade dos acasos e tudo e tudo e tudo, mas (e sublinho o “mas”) chateia-me, aborrece-me de sobremaneira, quando o universo se organiza para literalmente me deixar na penúria. Há quem consiga viver com o mínimo, mas senhoras, eu ainda preciso do essencial: comida, casa, água e luz e uma vez que não posso pagar com palavras, seria simpático de vossa parte, ir atazanar para outra freguesia. Vá, ide, ide….e não volteis.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Perfect world


Num mundo perfeito eu estaria agora numa cama de rede, baloiçando vagarosamente ao sabor de uma brisa quente.

terça-feira, 29 de maio de 2012

O absurdo manda cumprimentos

Há quem coma o pão que o diabo amassou. Eu hoje comi pó. Muito. E vi-me grega para voltar à minha côr natural. Começo a desconfiar que tudo isto anda interligado. Pelo sim, pelo não, vou comprar requeijão e doce de abóbora não me vá dar uma fome daquelas e eu sem acompanhamento.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Profissão: mãe

6h45m – Toca o despertador. Às vezes (poucas) a palrar. Mais frequentemente a toque de choro.
7h00 – coloca-se a chucha, faz-se festinhas na cabeça e sai-se em bicos de pés
7h15 – toca o outro despertador, que há quem ainda tenha emprego nesta casa.
7h30 – Voltamos a palrar/chorar com mais intensidade. Dou por terminada a minha tentativa de dormir um pouco mais.
7h45- preparo o pequeno-almoço do piqueno. O graúdo que se desenrasque.
7h50 – começo a dar o pequeno-almoço
8h00 – o graúdo toma o seu pequeno-almoço.
8h15 – o graúdo acaba de tomar o seu pequeno-almoço e sai para trabalhar
8h30 – acabo de dar o pequeno-almoço ao piqueno, à mesa, ao chão, a mim própria.
8h40 – vou tomar banho
9h- solto a fera que estava no parque, depois de ter derramado 2 litros de choro enquanto eu tomava banho. Os inúmeros brinquedos que estavam no parque foram projectados para todo o lado, alguns dignos de marca olímpica.
10h – vou sair com o piqueno. A calçada portuguesa óptima para cansar a fera…ou não.
12h30 – começo a dar o almoço ao piqueno. O graúdo, diz que vem almoçar a casa. Olho para a dispensa e confirmo que lhe arranjo um suculento almoço enquanto olho para as latas de conservas.
13h15 – acabo de dar o almoço ao piqueno, à mesa, ao chão, a mim própria.
13h30 – vou adormecer a fera.
13h45 – continuo a adormecer a fera
14h – a fera adormece por fim e volto para a cozinha para fazer o almoço do graúdo.
14h30 – almoço
15h- começo a arrumar a cozinha e a fazer a sopa para o piqueno
16h- acabo as tarefas domésticas e sento-me ao computador.
16h15 – a fera acorda
16h30 – vou dar o lanche à fera.
17h15-acabo de dar lanche à fera, à mesa, ao chão, a mim própria.
17h30 – solto a fera e passo as próximas 2 horas a impedir todos os disparates e mais alguns que se possa imaginar.
19h30 – chega o graúdo
19h45 – vou dar banho à fera, ao chão, a mim própria
20h15 – vou dar o jantar à fera e a tudo o mais num raio de 2 metros dele.
21h00 – vou adormecer a fera.
21h30 – continuo a adormecer a fera
22h – a fera finalmente adormece.
22h15 – sento-me no sofá para estupidificar um pouco em frente à televisão
22h30 – adormeço exausta no sofá

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Esvaziar gavetas

Pensei que fosse diferente. Eu iria despedir-me de quem gostei verdadeiramente de trabalhar. Iria trocar endereços de e-mail e actualizar números de telemóvel. Marcaríamos um almoço de despedida ou uma jantarada. Iriamos recordar histórias antigas e repetir as piadas mutuamente conhecidas, até à exaustão. Falaríamos dos cromos que passaram pelo departamento, pela empresa, pela nossa vida. Voltaríamos às noitadas em frente ao computador, ao stress que acompanhava essas directas, às saudades de casa quando a vida era feita de malas às costas. Haveria um ponto final, definido, conhecido, partilhado.
Apenas não pensei que nos desmembrássemos assim, cada um por si, sem despedidas, abraços, ou votos de boa sorte. Hoje foi a minha vez de esvaziar as gavetas. E no fim não foram apenas as gavetas que ficaram vazias…

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Anúncio

Sem retoques ou maquilhagem. Palavras caras ou frases enigmáticas de duplo sentido. Sem remorso ou vergonha. Sem medo de rótulos ou de estereótipos. Hoje assumo-o perante o mundo, independentemente das suas consequências futuras: esta é a música que hoje me apetece ouvir em repeat.


quinta-feira, 3 de maio de 2012

Morning Picture

Chove copiosamente. Páro o carro e corro o fecho do kispo. Limpo a janela embaciada e espreito. Lá fora tenho o meu sogro já de chapéu-de-chuva aberto em punho. Suspiro aliviada. Afinal já não tenho de tirar o puto à chuva, pensei. Saio apressada para abrir a porta e a meio da tarefa herculiana que é a de tirar um matulão de 12 kg adormecido, desprende-lo dos cintos e aconchega-lo a mim com uma manta, eis que reparo numa incómoda frialdade que se vai instalando em mim, começando nas costas e acabando nos sapatos. O cabelo começa a escorrer água e qualquer semelhança entre mim e um pinto ensopado já não é coincidência. Nesse momento percebi que o meu sogro e eu tínhamos ideias completamente contrárias quanto à utilização daquele chapéu-de-chuva. Eu pensava que seria para nos abrigar a todos. Ele nem por isso. Aliás eu nem sei o que estaria ele a pensar. Ou se pensou de todo. Ou se pensou que eu iria pensar por ele. E pensando agora melhor, mais vale não pensar mais nada. A bem da harmonia familiar. Penso eu…

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Trabalhar em casa

Não é para mim. Nem para os que me rodeiam. Lá porque estou a trabalhar a partir de casa, isso não quer dizer que não trabalhe. Ou que tenha toooooooooodo o tempo do mundo para fazer tudo e mais um par de botas e que acaba por consumir por completo o tempo que eu tinha destinado para (pasme-se!) trabalhar (que ousadia!...). Pessoas do meu coração e que comigo convivem, já me custa ficar por casa, que eu sou uma criatura de exterior, sobretudo por alturas da Primavera e Verão. Custa-me ainda mais sabendo que este é o derradeiro desafio perante o qual sou colocada nas actuais circunstâncias e sabendo que muito do meu futurinho dele depende, mexe-me particularmente com o nerviosio miudinho que me estejam continuamente a solicitar para fazer coisas que poderiam perfeitamente ser feitas noutras alturas e que não seriam de certeza atendidas se eu estivesse a trabalhar na empresa. E agora que já tirei isto do meu sistema vou fazer pela vida, já que ela não anda a fazer por mim ultimamente.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mon Diê de la France, done mua la pacience…

Se hoje eu oiço mais algum prontUS, percebesteS, ouvisteS, Tas a ver? e outras muletas tais eu acho que não respondo por mim, mas também por todos aqueles que, não sendo conhecedores profundos da língua portuguesa, têm ainda assim um carinho especial pelo falar português de forma correcta e parto para a violência…

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Deste azul que já foi meu

Conservo a essência dos dias passados. Notas de saudade, aqui e ali, sem mágoa que a pele já se encontra curtida pelo tempo. Restam os aromas e as cores. Os sons do mar revolto em noites de Inverno e pouco mais. Não sei se algum dia voltarei, sabes? Prefiro guardar-te assim, envolta em névoa, escondida debaixo da pele. Parte distante de mim que em mim habita. A lembrar um azul que já foi meu.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Previsão do estado do Temp(erament)o

Prevê-se para o dia de hoje a continuação da ocorrência de mau humor. Os níveis de antipatia podem atingir valores elevados, diminuindo de intensidade à medida que o nível de proximidade pessoal diminui. Possibilidade de ocorrência de irritabilidade, podendo passar para impaciência ao longo do dia (se não me contrariarem muito). Para amanhã espera-se que o sol reponha os níveis de seratonina, mantendo contudo o alerta amarelo para os mais próximos.

(considerem-se avisados)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A minha vida dava uma "soap opera"

Todos temos momentos que parecem tirados de um qualquer filme de segunda categoria, com um enredo simples e um final antecipado pelo próprio título do filme, mas que pelo meio é recheado de voltas e reviravoltas, a lembrar uma qualquer soap opera americana dos anos 80. Sabemos exactamente para onde a história nos conduz, mas ainda assim não conseguimos evitar sentir uma certa empatia pelos personagens e pela narrativa. Sofremos por eles, emocionamo-nos com eles, fazemos temporariamente parte daquela história, mesmo que conscientemente saibamos que não é suposto sentir um grau de identificação tão grande por um filme menor.
A minha vida laboral tem sido assim nas últimas semanas. Muitas peripécias que eu pensava não viver na primeira pessoa, por ser um enredo próprio de uma realidade distante. O argumento, embora ainda em adaptação, sugere um história simples, igual a milhares de outras que grassam por este pais empobrecido, mas com contornos e reviravoltas desgastantes e constantes. Eu, que sempre pensei saber guardar uma distância emocional segura entre trabalho e vida pessoal, vejo estas duas vertentes imiscuírem-se dia após dia. Tudo isto desgasta. Mói cá dentro. E a distância de segurança desaparece. Já não são os carros da empresa que são selados, ou as mesas penhoradas, é um pouco de ti que é carregado sem cuidado para um qualquer camião à chuva. É a informação e desinformação que circula ao longo dos dias. Palavras como comissão de trabalhadores, fundo de garantia salarial, incumprimentos, insolvência passam a fazer parte do teu léxico e das tuas preocupações. O tempo passa e nada se decide. O futuro será com certeza bem diferente da realidade que conheço mas enquanto o final esperado não acontece, terei de aprender a conviver com as reviravoltas de um enredo que me diz mais do que gostaria, sem términus à vista e para o qual já se sabe antecipadamente o desfecho.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Ultimato

Os últimos actos são (quase) sempre tresloucados. Esperam-me, portanto, mais dias de loucura. Quando isto tudo acabar, não sei como irei conviver com a normalidade.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Eh pá, a sério?

Parece que (pasme-se!) as receitas dos impostos sobre consumo e os custos com o aumento do número de desempregados ameaçam ser o novo buraco orçamental do governo. Diz que as receitas fiscais estão a evoluir abaixo do previsto (ah...quem diria?), tendo o IVA recuado 1,1% quando o governo estimava uma subida de 12,6% para a totalidade do ano (Tchinapá… não pode!).

A esta hora PPC deve estar a coçar a cabeça, olhando para os números, algures entre o incrédulo e o pasmado: Eh pá, a sério?

quarta-feira, 28 de março de 2012

A conversa de caserna ou a arte de passar o tempo

Hesito. De manhã o meu coração pende mais para a boataria, essa saudável forma de perder tempo, versando sobre assuntos sobre os quais gostaria de saber mais (e não sei) ao mesmo tempo que pratico o desporto de tirar nabos do púcaro (no qual nunca tive grande sucesso), dando também ouvidos à vulgar conversa de caserna. Da parte da tarde, como a informação não circula e continuamos na base da boataria, descubro as mais variadas formas de passar o tempo fazer de conta que estou muito ocupada, com trabalho a rodos, desmultiplicando-me em mil e uma tarefas absolutamente desnecessárias e completamente irrelevantes. Haja então paciência que a sanidade já é praticamente nenhuma.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Crónica de uma morte anunciada #4

Hoje é o Dia I: Insolve ou não Insolve?

quarta-feira, 21 de março de 2012

(Post lamechas e sem qualquer interesse para quem quer que seja para além da minha pessoa)

Ser mãe não é apenas aconchegar-te os lençóis antes de me ir deitar. É inventar mil e uma histórias para conseguir que comas 2 colheres de sopa. Ser mãe é passar a noite a levantar-me para te embalar porque não consegues dormir. É deixar-te cair todas e quantas vezes precisares até que consigas andar sozinho. Ser mãe é fazer-te cócegas na planta dos pés enquanto ris à gargalhada, é fingir que te persigo enquanto gatinhas a uma velocidade louca por entre os móveis. Ser mãe é contar até 10, vezes sem conta, quando resolves espalhar comida por todo o lado e apelar a toda a minha paciência (bem finita por sinal) para contrariar as tuas birras. Ser mãe é aninhar-te a mim enquanto te adormeço ao som das poucas cantilenas que conheço. É ver os teus olhos a mergulharem num sono calmo enquanto agarras a minha mão. Ser mãe é sentir-me impotente para te tirar a dor que sentes nas quedas que dás, reais ou figuradas, presentes e futuras. Ser mãe tem sido um desafio às minhas capacidades de lidar com o que definitivamente não controlo, um papel para o qual não existe preparação. Não há manuais, nem receitas mágicas e o instinto maternal é um conceito que tem tanto de abstrato como de subjectivo, onde cabem todas as inseguranças do mundo. Ser mãe é algo que não se aprende, não se pratica. Na maior parte do tempo navego à vista, por entre muitas dúvidas e poucas certezas. Sei apenas que te dou o melhor de mim, mais do que pensava alguma vez poder dar e fico a pensar que isto do amor maternal não é outra coisa senão dar o melhor de nós mesmos, todos os dias.

terça-feira, 20 de março de 2012

Nunca digo o quanto gosto de ti

Penso sempre que o sabes, que o intuis. Por isso não o digo. Olho-te nos olhos, dou-te um abraço bem forte, deixo-me ficar assim, amparada por ti e em silêncio. Acho que foi sempre assim ou pelo menos é assim que vou guardar na memória. Foram raras as vezes que te disse o quão importante és para mim. O quanto vejo de teu nas linhas que cosem o meu ser. Sei que discutimos muitas vezes, mas no fim nem sequer há uma trégua oficial. Ambos simplesmente sabemos que é assim. Acho que a mãe nunca compreendeu muito bem estes nossos silêncios e muitas vezes os interpretou como distância ou afastamento. Mas tu e eu sempre soubemos que não são precisas mais palavras depois de passada a tempestade. Nunca digo o quanto gosto de ti porque sei que o sabes. Da mesma forma que nunca comemorámos o dia do Pai porque és sempre Pai. O meu Pai. Todos os dias do ano. Ontem dei por mim no fim do telefonema a dizer-te que gostava muito de ti. Já tinhas desligado e sei que não me ouviste. Mas não faz mal. Eu sei que tu o sabes mesmo que eu não to diga.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Sabemos que o dia de ontem foi importante quando...

...duas velhotas comentam animadamente o resultado do jogo

(caramba, quando é que as avós de hoje se começaram a interessar por bola, que eu não dei por nada?)

quinta-feira, 15 de março de 2012

O que eu me divirto...

…nas caixas de comentários alheias. Entre a incredulidade com que leio certos post e respectivos comentários e o humor mordaz e inteligente, encontro muitos motivos para me divertir. O meu lado pequenino mantem-me muitas vezes apenas como espectadora. É um guilty pleasure, admito. Mas nestes dias de águas mais turbulentas é o que me tem ajudado a manter uma certa sanidade mental. A todos eles, o meu obrigado.
E por favor continuem, continuem…

quarta-feira, 14 de março de 2012

Tendências Primavera-Verão 2012

Com a inflação a subir para os 3,6% e a taxa de desemprego a bater recordes e situar-se nos 14,5%, antecipo que a peça desta estação será a tanga.  

A profundidade do meu quotidiano

Eu não sei como é que há pessoas que conseguem preparar almoços para o dia seguinte, tratar dos filhos, da roupa, da lida da casa, fazer as compras de supermercado e ainda arranjar tempo para ler ou ter outro hobby qualquer, palavra que não sei. Por aqui sobrevive-se pelo meio do caos, fazendo gestão corrente às meias e aos pacotes de leite, que o importante, o mais importante de tudo, o tempo de qualidade para estar com os meus preenche sempre o final do dia. E quando finalmente tenho tempo para fazer mais alguma coisa sinto-me tão cansada que fecho a loja e vou ali conversar com o Morfeu. Se alguém me conseguir explicar como é que se consegue fazer tudo o que é suposto ser feito nas 24h que o dia tem, eu agradeço.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Coisas que tendem a tirar-me do sério

Não saber se e quando volto a receber salário. Reduzir as despesas ao mínimo e essencial enquanto a situação não se resolve. Não fazer planos de férias. Aliás, não fazer planos de todo. Pensar 200 vezes antes de comprar o que quer que seja. Derramar lágrimas de raiva de cada vez que tenho de atestar o carro para vir trabalhar (e não, transportes públicos não são, infelizmente, uma opção). Ter um roupeiro cheio de roupa que não serve porque ainda não se perdeu os quilos a mais que a maternidade insistiu em trazer consigo. Partir um dente.
(nada como uma ida ao IPO para relativizar tudo o resto. Tenho saúde. É um cliché. Mas é também o mais importante)

terça-feira, 6 de março de 2012

Não Se Deitam Comigo Corações Obedientes


Quando partires
se partires
terei saudades
e quando ficares
se ficares
terei saudades
Terei
sempre saudade
e gosto assim

segunda-feira, 5 de março de 2012

Constatações #2

Há destinos que estão traçados e com os quais não vale a pena interferir. Qualquer tentativa para alterar este facto apenas potenciará os seus efeitos colaterais, aumentando os estragos sofridos.

(Mais valia ter deixado o puto cair sobre o sofá do que tentar atrapalhadamente apanhá-lo em voo)

quinta-feira, 1 de março de 2012

O meu pequeno mundo

Estou intranquila. Preocupada mesmo. Há uma questão que me anda a tirar o sono como há muito não me acontecia. A almofada, essa grande conselheira, tornou-se numa vizinha incómoda e chata que me espanta o sono. Dou por mim às voltas na cama, com os lençóis feitos num chorrilho, numa angústia que mete dó. E sempre a mesma questão a espantar-me o sono: mas afinal acabaram-se mesmo quatro feriados ou não?

(mapa de férias à frente, caneta em punho, calendário na mão. Agora só falta a convicção que vamos durar até lá)

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Crónica de uma morte anunciada #3

O que me chateia, o que me consome não é final que se prevê. É este limbo de indecisão. Este cai-não cai. Esta agonia lenta. É que nem o pai morre nem a gente almoça.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dias assim

Gosto de celebrar o que me dá prazer. Seja um abraço sentido ou um momento em que me deixei envolver. Uma imagem que retive ou um texto que li e com o qual me identifiquei. Gosto de celebrar as cores dos que são meus, dos que já foram e dos que ainda espero (re)encontrar. Dos que me surpreenderam mas também dos que me desiludiram e me marcaram. Gosto de me deixar levar pela imaginação, de deixar espaços por colorir e significados por compreender. De brincar com as palavras, sentidos e interpretações. De ler um texto e atribuir-lhe uma interpretação diferente a cada leitura. Da liberdade que este espaço me dá. Gosto de personagens que se reinventam, que se renovam, caricaturais ou reais. De não saber o que o dia me vai trazer, o que o futuro me reserva e retirar do presente todo o sumo que consigo. De não fazer planos e apreciar a viagem. Gosto de segundos olhares, de aromas desconhecidos e paisagens de Outono. Do azul dos Açores, da imensidão do mar e dos silêncios partilhados. São gostos. Meus. Alguns apenas. E é neles que muitas vezes penso quando é mais difícil levantar pela manhã.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Crónica de uma morte anunciada #2

Se os ratos fossem os primeiros a abandonar o navio, talvez o número de barcos a chegar a bom porto fosse maior.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Já chega

De frio, obrigada.
Já deu para tiritar um pouco, vestir as camisolas mais grossas, os casacos mais felpudos, encher a casa com o aroma a lenha e pinhas, tirar o gelo do vidro do carro, ganhar frieiras, e tudo o mais que acompanha o pacote. Agora, se faz favor, passemos a um Inverno normal: um pouco de chuva (de preferência só à noite, para não atrapalhar o trânsito e a logística matinal) e menos frio, sim?

Agradecida

(carta aberta ao S.Pedro)























Daqui

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Show me the place

Por vezes sou tocada pela beleza da simplicidade. Perco as palavras, a noção do tempo e começo a percorrer o espaço entre as coisas.
Hoje esta música tomou conta de mim. Parei o que estava a fazer e dei-lhe a minha total atenção enquanto tocava. À medida que sua voz me aconchegava a alma, um longo arrepio percorria o meu ser. Pousei a caneta. Fechei os olhos e deixei que este senhor me mostrasse o que é ser magistral, o que é aliar a melodia à beleza da palavra.
Hoje apaixonei-me outra vez.
Obrigada, Mr. Cohen, muito obrigada.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Esta coisa chamada pobreza

Enquanto a pobreza faz parte do teu quotidiano apenas por aquilo que vês nos órgãos de comunicação social, a coisa vai andando. Fala-se nela, mas não se sente. Não mais do que antes, pelo menos. A coisa torna-se mais complicada quando nos entra pela caixa de e-mail a dentro e reconhecemos o remetente. O mesmo remetente que até não há muito tempo atrás tinha uma vida igual à tua, mas que o desemprego e os salários em atraso rapidamente atiraram para esta coisa chamada pobreza. Não pede dinheiro, não pede palmadinhas nas costas, nem tão pouco pratica a pieguice, apenas e somente pede roupa para os filhos. Apenas isso. Na primeira pessoa. Sem rodeios ou auto-comiseração. Hoje, esta coisa chamada pobreza entrou pela minha vida a dentro.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Aquele não sei o quê

Há pessoas pelas quais, por mais que queira, não consigo sentir empatia. Os anos passam, as pessoas reinventam-se e esta falta de empatia resiste ao passar do tempo, tornando-se na areia fina que subtilmente incomoda a convivência.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Crónica de uma morte anunciada

Pior do que não saber para onde se vai é não saber para onde se quer ir.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

(parêntesis)

Apetece-me sentir o pulsar da vida, o som dos outros ao longe. Olhar para o azul com que vestes a meu ser e deixar-me cair na preguiça de uma tarde de Verão.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ensaios de gente

Fechas os olhos com muita força enquanto ensaias umas gargalhadas bem sonoras. Manténs essa expressão por algum tempo enquanto tentas em vão abraçar o vento. De braços estendidos. Mãos abertas e dedos esticados. Olhos fechados. Um sorriso aberto, feliz, ingénuo. Soltas umas palavras que ninguém entende mas a julgar pela tua expressão são de contentamento. Até que finalmente chego até ti e te abraço. Sinto os teus braços em torno no meu pescoço que com força apertas. E assim ficas, num dos raros momentos em que resolves dar tréguas aos bichinhos carpinteiros que contigo brincam todos os dias. Ficas assim por uns instantes apenas, suspenso no meu abraço, a tua cara no meu ombro. Olhos fechados. O mesmo sorriso feliz e ingénuo. E eu dou por mim a ser embalada por ti, pela cantilena que vais cantando e que ninguém compreende e a pensar nestes pequenos nadas que são afinal tudo.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A Oeste nada de novo

As mesmas pessoas. A mesma mentalidade. O mundo lá fora avança. Discutem-se ideias, ouvem-se vozes contrárias. E às vezes até se muda de opinião. Mas aqui não há espaço para tal. São as mesmas pessoas que moldam as mentalidades, esculpidas à luz de uma sociedade familiar. Desconfiam do novo, sobretudo se não vier embrulhado na segurança do conhecimento habitual.

A Oeste nada de novo portanto.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Não percebo

Como é que alguém cai acidentalmente num bote?

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Sabes que estás cansada quando...

… Resolves encostar o carro e acordas meia hora depois sem saber muito bem onde estás (apesar de teres letras garrafais a dizer IKEA à tua frente). Isso ou uma ida urgente ao oftalmologista.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Spring mode


Os números, sempre os números. Essa obediência que não se ensina, nem se molda. São números, sempre números, quer sejam meus ou teus.
(sim, este blog anda em modo Primaveril)

sábado, 7 de janeiro de 2012

O negócio da Saúde

Vai mal. Quando numa das maiores, mais caras e supostamente melhores unidades hospitalares do país se deixam consultas a meio, há falta de pessoal e reina a desorganização, algo vai mal. Quando existe apenas um enfermeiro para fazer triagem e prestar assistência aos médicos e utentes, algo vai mal. Quando se informatiza o serviço mas depois se deixam os processos pendentes, em que até para pagar quase que é preciso voltar à urgência e refazer todo o circuito porque alguém se “esqueceu” de fechar o “episódio de urgência”, algo vai mal.
Talvez seja melhor começar a administrar aspirinas regularmente ao sector privado. É que as dores de cabeça provocadas por estes maus serviços, que são pagos, demasiado bem pagos para a qualidade de serviço prestada, tendem a aumentar no futuro. É um sintoma que algo vai muito mal no negócio da saúde.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Das partidas e das chegadas

Dou frequentemente comigo a pensar que quando finalmente chego a algum lado, inevitavelmente começo nesse mesmo instante a partir para o próximo. É a chatice dos ciclos.
Hesitei se haveria ou não de te matar. Acabar contigo de uma vez. Ou se deveria antes perpetuar-te nesse imenso mundo virtual, suspenso no tempo. Mas sou uma criatura de hábitos. E bem sabia que mais cedo ou mais tarde haveria de cá voltar. Página fechada nesse capítulo vida, que outro entretanto teve início e eis que mais uma vez voltamos aos ciclos.
Vamos ver até quando ou até onde ou em que cores se escreve por aqui.

Continuemos, então, em direcção ao próximo porto.