quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Apenas porque sim

Apetece-me ouvir isto em repeat. Uma e outra vez. E depois novamente.
Saudades dos tempos em que podia trabalhar de fones nos ouvidos e ouvir o que me apetecia, fazer a maior salganhada musical sem ofender os ouvidos dos outros. Ainda assim sou agradecida por poder escolher a rádio que toca aqui no estaminé e sobretudo pela existência de rádios online (depois de anos a penar a ouvir a Renascença).
Assim sendo, aqui fica a minha fixação do momento.




Charlotte Gainsbourg - Deadly Valentine

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Revirar olhos...em looping

Lido por aí:
"na maioria das grandes cidades, as periferias são tradicionalmente ocupadas por bairros sociais, pessoas sem vontade de trabalhar, acho que me faço entender. MAS, atenção ao "MAS", isso não significa que as periferias sejam unicamente habitadas por bandidos, significa que é um fenómeno geográfico que acontece dentro e fora de Portugal, não fui eu que inventei."

Orlando Ribeiro deve estar a dar voltas no túmulo. Já eu hesito entre soltar uma boa e sonora gargalhada ou partir para a desconstrução deste argumento. Mas depois lembro-me que esta é uma casa serena e acho que vou ficar apenas pelo revirar de olhos...

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

E o cú lavadinho com água de malvas?

Está instituído, ainda que de forma dissimulada, que todo e qualquer desempregado, das duas, uma:
a) é um malandro que só pensa em coçar a micose;
ou
b) está obviamente e sem hesitação pronto para ludibriar o sistema aka trabalhar por fora, enquanto recebe o subsídio.

Assumindo-se isto, propõe-se à tromba estendida que se trabalhe sendo ressarcido apenas das despesas (contra reembolso de fatura) enquanto se continua a receber de o subsidio, sob a promessa de uma posterior integração (a recibos verdes, obviamente) para valores próximos do salário mínimo nacional.

E assim vamos todos, uns felizes e contentes porque acham que estão a proporcionar oportunidades de trabalho incríveis e se um desempregado não quer é porque obviamente é um malandro que só pensa é andar na boa vida, e outros a achar que isto está a melhorar mas é o caralho que a chulice e a falta de vergonha na cara continuam na mesma.

(sim, eu estou empregada, mas o gaijo não, e estas merdas dão-me cabo da compostura).

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Coisas que não percebo

Qual a necessidade de ao fim do terceiro dia de aulas da primeira classe (ou do primeiro ano como agora lhe chamam) a professora mandar TTC (tempo de trabalho em casa aka TPC) tooooooooooooodos os dias. Estamos com uma semana de aulas e tirando os dois primeiros dias, temos sempre festa. Eu até compreendo a utilidade de reforçar em casa, através de trabalhos, alguma matéria que necessite de ser consolidada. Mas, caramba, estamos a falar de miúdos de 6 anos que mal conseguem ainda segurar um lápis como deve de ser. Um dia inteiro a praticar "i" deveria ser suficiente nesta fase, não? Já para não falar que na primeira ficha ser pedido para escreverem o nome COMPLETO. Hello!!! E eu que pensava que eles iam para a primeira classe para aprenderem, pasme-se, a escrever. A sério, o que me está aqui a falhar? É suposto os putos na pré adquirirem as competências da primeira classe? já saberem ler e escrever e fazer contas de multiplicar e dividir? A continuar assim vou ter um génio: lá para o 12º estará apto a fazer um doutoramento.

Cheira-me que este vai ser um ano escolar tão, mas tão divertido e relaxante.


domingo, 10 de setembro de 2017

Momento UAU!

Aquele em que descobres que és citada e que te dão os devidos créditos.
Ok, não é em publicações de referência, mas ainda assim dá gosto pensar que alguém, para além do júri, se deu ao trabalho não só de ler aquilo tudo como até achou relevante.

(as coisas que eu descubro quando pesquiso o meu nome no google)

Daquelas certezas que nos aparecem poucas vezes na vida

Hoje fui uma das guias num determinado evento. A páginas tantas tive mais de 100 pessoas atrás de mim e um grande medo de me enganar no caminho. Nervos q.b. Garganta seca e uma sede que água nenhuma conseguiu matar. Cheiro a mosto no ar. Histórias de vida e pedaços de história contadas com o orgulho de quem as ouviu tantas outras vezes. Cansaço (tanto!). Sorrisos. Gargalhadas.Vistas fantásticas. Serenidade.Vinha a perder de vista. Regressar a casa de alma cheia. E uma grande certeza. É isto que me faz feliz. O meu caminho vai fazer-se por aqui também.

sábado, 12 de agosto de 2017

As conquilhas e eu

Então, Anna Blue, que contas tu? Pois que a vida me corre bem, mas se calhar é mais prudente falar baixinho, para não atrair o mau agoiro, sobretudo agora que se respira um pouco de alívio. Corre-me bem porque estou a adorar este meu novo trabalho, creio mesmo que foi preciso andar uma vida inteira às voltas para chegar até aqui. Gosto do que faço, gosto das pessoas, gosto do ambiente, estou a aprender imenso, dão-me rédea solta para crescer profissionalmente, sem medo de falhar ou de ter hesitações, e ainda por cima estou ao lado de casa. Sinceramente, se há uns tempos atrás me dissessem que isto me ia acontecer, eu não acreditaria. Mas parece que sim, que nem sempre o Diabo está atrás da porta. Agora é tempo para, a pouco e pouco, ir continuando outros projectos que ficaram temporariamente em stand by, porque a vida dá demasiadas voltas para se ter algo como garantido. Hoje, estou aqui. Amanhã não sei. É um bocado como as conquilhas*. 

* silly season mode on.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

E que tal agora?

Cravaram-me para escolher umas músicas para colocar nuns vídeos, coisa para se ir fazendo nas calmas, sem stress. Acontece que uma pessoa se põe a ouvir música que já não ouvia há muito e depois começa a ir picando aqui e ali, e não tarda nada já está a ouvir albuns inteiros que já não ouvia há c'anos (abençoadinho youtube) e depois quando dá por si é já madrugada adentro. Claro que o facto de amanhã ser o primeiro dia de trabalho é apenas mera coincidência, afinal eu só tenho até Setembro para ter a lista pronta.

A idade trouxe-me muita coisa, mas sono na véspera de começar um novo trabalho não foi uma delas...

terça-feira, 4 de julho de 2017

Eu bem digo que a vida me é irónica #2

Quais são as probabilidades de:
a) Entregar um CV (por descargo de consciência) às 20h00 do último dia útil de candidatura, que por acaso é uma sexta-feira. Ser chamada para uma entrevista para as 10h00 do dia seguinte (sábado) e saber que fiquei com o lugar às 12h00 de segunda-feira?
b) Ser um emprego perto de casa (dá para ir a pé, caraças!)
c) Ser-me dada toda a liberdade para continuar a amamentar
d) Regressar a uma área onde já fui muito feliz (formação)
e) ter o senhor meu marido arranjado emprego também no mesmo fim de semana, na área que agora pretende seguir e que está completamente alinhada com o salto que pretendemos dar.
f) serem empregos para entidades diferentes mas em que ambas se complementam entre si.
g) serem o resultado de uma série de coincidências que começaram com um vislumbre de qualquer coisa assim que iniciamos as diligências para nos lançarmos.

É incrível o poder dos astros quando se alinham...

Claro que meia dúzia de horas depois o pc estoirou e perdemos o disco (e grande parte de uma vida em fotografias, coisa que ainda estou a digerir, sobretudo porque ainda não tinha feito backup das fotos do benjamim da família), só naquela para nos lembrar que devemos continuar com os pés assentes na terra...

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Teimosia, preguiça ou a vã glória de tentar

Uma pessoa é basicamente um reservatório de leite ambulante e tem, por isso mesmo, de andar com um pequeno buda de 7 kg atrás*. Essa mesma pessoa sabe a trabalheira que dá tirar o carrinho da bagageira do carro, tirar o ovo e colocá-lo no carrinho e depois repetir o processo inverso para entrar no carro. E essa pessoa sabe também que vai passar o dia a entrar e sair do carro e que de uma forma geral o nosso ambiente urbano não está preparado para carrinhos de bébes e cadeiras de rodas. De maneiras que essa mesma pessoa acha que se vai chatear menos se acartar com o ovo do que andar a fazer gincanas pelos passeios e andar a carregar com o carrinho e o ovo pelas escadas (porque apesar de tudo a maior parte dos edificios continua a não ter rampas de acesso e elevadores operacionais).
E uma pessoa, a mesma pessoa que teve esta sequência de ideias geniais, acorda no dia seguinte sem perceber porque carga d'água mal se consegue mexer, que não há movimento que não resulte em dor em algum músculo. 

*Sim, existem outras opções mas uma pessoa é teimosa e não pretende que esta amostra de gente se confunda com biberons e mantém a teima de que consegue continuar a fazer tudo à mesma. 

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Sem título

Nada vou acrescentar ao que já foi dito sobre esta tragédia de Pedrogão Grande. Apenas que, tal como tantas outras pessoas, eu já fiz aquela estrada, num programa familiar, numa tarde de Verão. E, por muito que eu queira, que quero, não consigo esquecer aquela família de Sacavém, isto não me sai da cabeça. Eu sei que a psicologia explica, que as hormonas que ainda andam aqui aos saltos e tudo mais, mas não consigo esquecer.
Não consigo.
A única coisa que me apazigua na mesma medida que me consome são os longos abraços que dou aos meus filhos.

sábado, 20 de maio de 2017

About October

Quero muito. Tenho uma série de circunstâncias que me podem impedir de ir, sobretudo uma cirurgia que me vai atirar para modo "repouso absoluto" durante cerca de 2 semanas por volta dessa altura. Mas depois tenho o dedo ali bem perto do click de "comprar" e estou assim de carregar. Ainda por cima já tenho companhia da boa e tudo... 


(The National - About Today)

sábado, 13 de maio de 2017

Avestruz emocional

Depois de ser mãe nunca mais consegui ficar imune a filmes, imagens, histórias ou relatos que envolvam histórias tristes, maus tratos ou morte de crianças. Abriu-se uma ligação directa entre o coração e as lágrimas, o que apesar de perceber a razão subjacente, é ainda assim de díficil explicação a facilidade com que me emocionava, porque eu fui educada sob a máxima de"uma mulher não chora". E a verdade é que nos momentos mais tristes da minha vida eu não consegui verter uma lágrima, e como teria sido catártico se o tivesse conseguido. Ter-me-ia poupado a muita coisa. Ter recuperado algum escape emocional fez-me sentir mais humana novamente e sobretudo aliviar-me emocionalmente de fardos que me remoem de tempos a tempos. 
Depois de ter sido mãe novamente, essa ligação directa voltou a fechar-se. Agora é como se um muro se tivesse erguido. Não sou capaz sequer de ler algo se suspeitar que vai roçar sequer essa temática. Sou uma avestruz emocional. Coloco a cabeça na areia e ignoro completamente, ao ponto de interromper o meu interlocutor e pedir-lhe para parar com a história. O mundo não é cor-de-rosa, mas dispenso a contaminação do meu mundo com males que não consigo evitar ou combater. E com isto perdi a minha ligação directa... 

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Borboletas na barriga

Às vezes gosto de pensar que a vida me colocou nesta situação para me obrigar a dar este salto de fé. Que toda a minha vida, a nossa vida, se emaranhou de forma a estarmos exactamente aqui, nesta encruzilhada, para tomar mais esta decisão, escolher este caminho. Penso nas voltas que percorri, nos empregos que tive, nas oportunidades que agarrei, nas portas se fecharam na minha cara, no que perdi e no que ficou depois disso. E se nada mais houver a perder, porque não saltar de cabeça? Tenho estado a preparar o salto, a colocar as cordas a passar pelos sítios certos, a estudar os ventos e os locais onde quero cair. Estou com os pés junto ao precipicio, dedos a tactear o limite onde o nada começa e a terra acaba, a olhar lá para baixo e a pensar que isto pode ser uma viagem do c******. Estou a ganhar coragem porque sei que vou andar com o estômago na boca quando começar, mas sinto que vou saltar. Falta-me reunir o resto da coragem, fechar os olhos, agarrar o estômago, deixar-me ir.
Vamos saltar?

sexta-feira, 17 de março de 2017

War zone

Passar a noite a trocar lençois, limpar vomitados do chão, esfregar tapetes que ganharam toda uma nova textura, cheiro e cor, dar banhos de madrugada, mudar fraldas, dar de mamar a cada 2/3 horas, acalmar choros em versão estereofónica, com cada um debaixo de uma asa. Acho no meu currículo vou passar a destacar a parte da gestão de crises e capacidade de trabalho sob stresse. Depois disto estou preparada para tudo. TUDO. 

terça-feira, 14 de março de 2017

Anna, a optimista

Por breves dias (2 dias na realidade) ainda pensei que finalmente me  tinha calhado um come-e-dorme, mas parece que afinal apenas o é em part-time. Apenas durante o dia, pois está claro, que as noites não foram feitas para dormir. Oh pá, a sério! não sei como é que ainda continuo a acreditar no pai natal.

(mas aquelas bochechas, senhores, aquelas bochechas fazem esquecer-me de tudo)

sábado, 4 de março de 2017

Não faço jus ao momento

Porque não sei passar para palavras este sentimento de felicidade.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

T minus alguns dias

Ok. É oficial. Estamos em contagem decrescente e com data definida. Se por um lado é bom saber qual é o dia D (de Desovar), por outro lado cresce aquele misto de ansiedade vs nervoso miudinho. Mas claro que há coisas que nunca mudam (um grande saravá à minha completa descontração face a tudo o que envolve uma grande logística, também conhecida como preguiça, como por exemplo a verificação do estado de alguns apetrechos de puericultura que, como tudo na vida, precisam de manutenção). E é assim que a míseros dias, quiçá horas, de parir ainda ando de volta de forras de ovos e estados de alcofas e afins, já para não falar que pelo meio ainda tenho de coordenar (breve apontamento fashion) aka improvisar as máscaras de carnaval do mai velho (oh... pausa para apreciar o momento em que pela primeira vez me refiro a ele assim), o que vale é que é que o tema escolhido pela escolinha é "mendigos" (e eu agora podia fazer tantos trocadilhos sobre isto face aos prognósticos de futuro desta família, mas vou deixar passar por agora, que os tempos são de esperança) e é da maneira que sempre dou uso a alguma das calças que ele rasga por semana. Enfim, está tudo perfeitamente sob (des)controlo, mas também não se pode ser muito exigente a esta altura do campeonato.
Se eu podia fazer tudo com tempo e sem ser a correr? Podia. Mas não era a mesma coisa.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Em modo monocromático*

Isto está quase. Isto está quase. Isto está quase. Isto está quase.

(Não está nada, ainda tenho mais três semanas até ao deadline, mas a malta tem que se animar com qualquer coisa e toooooooda a gente sabe que uma grávida também não diz nada de jeito, tem uma memória de peixe e o seu discurso nesta fase é chato com’á potassa, pouco variando entre lamentos por não arranjar posição para dormir ou porque está sempre com azia, ou porque os pés são já uns trambolhos à conta da retenção de líquidos. Somos um sumidouro de paciência, a começar pela nossa, pois por muito que uma pessoa se queira abstrair, tudo chateia, aborrece ou irrita, a começar pela rotineira pergunta do quanto tempo falta, acabando nas malfadadas conversas sobre partos, com particular ênfase naqueles que a) não correram bem; b) demoraram séculos; c) foram experiências transcendentais na vida dos pais. Pessoas, been there, done that. Por alguma razão, eu apaguei/recalquei parte do parto anterior, ok? Não me interessa saber o que correu bem ou mal ou assim/assim. Já só queremos chegar à meta desta maratona. Estamos quase em modo rastejante, a autonomia reduzida a uma hora de locomoção ou menos e tudo o resto é insignificante face à dimensão desta barriga. O mundo pode estar à beira do fim. A única coisa que ecoa em mim é: isto está quase. Isto está quase. Isto está quase. Isto está quase).
* também poderia ser "in repeat", mas não me ocorre agora nenhuma música particularmente irritante. Ou melhor, até acorre mas eu já ando chata o suficiente.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

A graciosidade de um elefante numa loja de porcelanas

Teres de chamar alguém mais elegante do que tu (não é difícil), para te tirarem o carro do estacionamento, porque os condutores dos veículos adjacentes não deixaram uma distância razoável para conseguires abrir as portas e entrares no teu próprio carro.

A-D-O-R-O fazer figuras tristes em público...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

A ignorância é uma benção

Se não soubesse ao que ia, agora estaria provavelmente como estava há quase seis anos atrás: calma e serena. Mas não. À medida que a data se aproxima, cresce em mim uma inquietação que eu não contava sentir. Por mais que eu repita para mim mesma que vai tudo correr bem.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Baseado em factos reais

É bonito ver a solidariedade dos outros em acção. Quem é que nunca ficou tocado pela bondade alheia, genuína e desinteressada? Quem é que nunca teve vontade de seguir algo parecido com os “favores em cadeia” e dar início a uma corrente de actos nobres e sentidos, despojados de reconhecimento público, mas apenas pelo simples prazer de fazer o Bem, promovendo a harmonia e esse sentimento fugaz de felicidade pela realização de uma boa-acção a outros?
Deve ter sido mais ou menos isto que deve ter passado pela cabeça de uma determinada pessoa minha conhecida, quando me resolveu “oferecer” um emprego a tempo inteiro remunerado bastante abaixo do salário mínimo nacional… por ser um favor que me está a fazer.
E eu? Eu primeiro fiquei boquiaberta. Depois tentei assimilar a informação e sobretudo a justificação e por último tive de declinar tão nobre “convite”. Que fazer? Sou uma ingrata, está visto.

(Isto teria graça se não tivesse sido real)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Querido diário

Começo por onde?
Pelo facto de agora sermos 2 os desempregados cá em casa ou por estar com varicela e grávida aos 40 anos?
Por estar ansiosa que este puto esteja cá fora, e já a contar as semanas que ainda faltam e agora, ai que não pode ser, e que o bebé tem de ganhar imunidade para não apanhar também varicela, temos de esperar o máximo de tempo possível até ao parto. Mas como é que nunca teve varicela? 99%  da população já teve, sou médica há tantos anos e é primeira grávida que vejo com varicela. E tem quantos anos? 40? Santo Deus... Sim, sou uma ave rara, uma preciosidade jurássica, ... sou muito original, ou então não, para quê uma gravidez normal, quando há tantas mais emoções que se podem experimentar. Afinal, esta até estava a correr tão bem, apenas há ali um possível pé boto, mas que depois do parto logo se irá avaliar, e uma pessoa até pensa, olha afinal isto até pode ser giro quando não há complicações de maior. Mas não, toma lá morangos e uma comichão desgraçada, corpo todo coberto de borbulhas que é para acordares para a vida. E que vida, que se mais alguém me vem com a conversa de uma porta fechada e da janela aberta leva com um murro nas trombas uma resposta muito pouco diplomática, que eu estou cansada de metáforas bonitas e frases motivacionais sobre mudanças de vida. A única mudança que eu genuinamente gostava era um pouco de normalidade, mas acho que vou ter de me aguentar à bomboca e pensar que, comparado com 2016, 2017 está já a ganhar em adrenalina e emoções e ainda só vamos nos primeiros 12 dias, calma coração, que isto compõe-se, afinal o que seria de mim se isto fosse tudo um mar de rosas? depois ia-me queixar do quê? Humm? Ahhhhhhhhhhh.....estou cansada e vou ali tomar um banho de imersão para ver se esta #$%& desta comichão me passa.