terça-feira, 16 de junho de 2015

Dos reencontros

Pegar nas palavras escritas e esquecidas e nas lembranças de outros tempos. Limpar-lhes o pó e colocá-las ao sol a esvoaçar. Deixar que voltem a nós mais uma vez, e outra e outra. Regressar ao lugares de memória, podando a nostalgia e deixando apenas ficar a essência que deu origem à escrita. Há momentos cujo porquê já esqueci. Outros há em que ainda lhes sinto o cheiro. E depois há surpresas escondidas que permitem um reencontro com outras palavras e sentidos alheios. Formas de estar e de sentir, pequenas histórias de vida com magia dentro. E, sem andar à procura, mas feliz por ter tropeçado naquele detalhe, fico agora sem saber se celebro a alegria deste reencontro sozinha ou se timidamente lhe digo que estou feliz por a ter reencontrado, porque afinal ainda sinto o cheiro da magia das suas palavras. A vida muda, as pessoas mudam, a escrita muda. A empatia não. A minha pelo menos.

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