sexta-feira, 15 de junho de 2018

Da empatia ou do que lhe queiramos chamar

Há situações, momentos, histórias de vida que me entram directamente neste buraquinho que tenho no peito, em mim permanecem e me cobrem de tristeza, e eu, que sempre me conheci forte e resiliente, deixo-me levar, maldigo a puta da má sina da história que me chega e afundo-me num silêncio de lágrimas. Já aqui o disse que a maternidade abriu em mim uma espécie de via rápida para a emoção, e certos "pormaiores" tocam-me particularmente, denunciam uma fragilidade talvez latente, talvez sempre existente mas não reconhecida até então. E um medo… um medo que nego sempre, mas que aqui vive, porque somos apenas passagem.
"Mãe, nós somos ricos não somos?...temos-nos uns aos outros, não é? A nossa família, não é?" hoje, depois de o deixar na escola fiquei a matutar nisto, que sendo uma coisa que lhe digo frequentemente, não tem por hábito repetir. Hoje, já depois de matutar nisto, soube que uma colega de escola dele tinha ficado órfã. Não sei se a conhece ou se brinca com ela. SE a pergunta que me fez resultou de algo que ouviu. Ou se foi mera coincidência. Mas hoje, hoje, mais do que nunca, tenho uma tristeza que não me abandona e apenas uma pergunta: porquê?

2 comentários:

  1. Sinto o mesmo. Mas talvez essa via rápida nos traga a capacidade de sentir tanto o muito de mau quanto o muito de bom.

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  2. Sim, comigo acho que aconteceu isso. Emociono-me mais facilmente, sobretudo com tudo aquilo que tem a ver com crianças. E de certa forma tornei-me cobarde, embora não o inveje nem me orgulhe disso, porque procuro afastar-me de conhecer situações-limite. E não devia ser assim, devia ser ao contrário.

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