sábado, 12 de dezembro de 2009

O que custa mais é o primeiro ano

Por uma razão ou por outra (cada um terá a sua) há momentos na vida em que se carrega no reset. Faz-se uma pausa. Um intervalo. Dá-se um tempo. E a seguir a esse momento o relógio do tempo simplesmente (re)começa a contar. Lentamente. Por vezes demasiado devagar. Os dias alongam-se. As noites também. Ao ponto de se recear as intermináveis conversas com a almofada. A vida apresenta-se como um espaço em branco. Um imenso espaço em branco no qual faltam as referências do passado, passado esse que ficou antes do reset. E é esse imenso espaço que se apresenta com pressa de ser preenchido. Mas os dias continuam a passar devagar. E as noites também. Muitas vezes a almofada é simplesmente arremessada para o lado para calar as vozes do antes. Porque neste espaço em branco o que urge são as novas vivências. O que se constrói entretanto. De raiz. Menos planeado. Mais sentido.
Dizem que o que custa mais é o primeiro ano. Dizem que sim. Eu digo-o também.


Foto de João Pedro

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