Estou farta disto tudo. Farta. Fartinha. Farta do circo.
Farta de ver tudo ruir à minha frente. Farta dos reveses. Farta da falta de
espaço. Farta da confusão. Farta das noites de 3 ou 4 horas. Farta de não ver
fim à vista. Farta da falta de bom senso. Farta do excesso de zelo. Farta da
falta de respostas. Farta. Farta. Farta. Já disse que estou farta?
terça-feira, 19 de maio de 2020
terça-feira, 31 de março de 2020
Vai ficar tudo bem, o c******!
Não, não vai ficar tudo bem. Não vai ficar tudo na mesma e irrita-me a condescendência, ainda que embrulhada em pseudo-optimismo, de que vai ficar tudo bem. Não vai. Vai morrer gente. Vai haver desemprego. E miséria. Vamos ter de arregaçar (outra vez) as mangas e segurar as calças. E há quem ainda nem se tenha refeito da crise de 2008. Vai haver medo. Vai haver saudade. Vai haver menos liberdade de movimentos. O mundo está a mudar. Nós estamos a mudar e dificilmente iremos voltar à leveza anterior. Iremos sobreviver, mas não vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo diferente e não necessariamente para melhor. Mas não é nada disto que digo ao mais velho. A ele sim, eu digo-lhe que vai ficar tudo bem. Aos outros digo apenas put@ que pariu isto tudo.
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020
Chamem-me antiquada...
...mas eu ainda acho que o exemplo vem de cima. Não posso exigir, pedir, insinuar aquilo que não faço, demonstro ou personifico, sob pena de a minha palavra perder valor. E isto é válido em todas as áreas, desde a pessoal, profissional ou na parentalidade.
Chama-se coerência.
Chama-se coerência.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020
Mon dieu de la france, donne moi la pacience
Acho que nascemos com uma reserva de paciência que deve ser gerida ao longo da vida. Acontece que ninguém nos avisou que esta reserva é finita e, uma vez esgotada, não há lugar a reabastecimento. O problema dá-se ali por volta dos 40 anos, em que já se esgotou toda a paciência que nasceu connosco e nos damos conta que já não estamos para aturar merdas de ninguém. E se noutros tempos a malta até revirava os olhos, respirava fundo, contava até 10, a coisa acalmava e nós insistíamos em tentar resolver, talvez em busca de uma qualquer redenção, agora sem essa reserva de paciência sobram duas hipóteses:
a) ou viramos costas, vestimos o fato da invisibilidade e ficando imunes às consequências.
b) ou partimos para a peixeirada
(...)
Não me orgulho, que não é este exemplo que quero dar à minha prole, mas pela primeira vez optei pela opção b.
(em minha defesa: 1) fui provocada e optei por não me calar. 2) Não, não foi bonito, mas no fim até acho que fiz serviço público. 3) estava sozinha)
a) ou viramos costas, vestimos o fato da invisibilidade e ficando imunes às consequências.
b) ou partimos para a peixeirada
(...)
Não me orgulho, que não é este exemplo que quero dar à minha prole, mas pela primeira vez optei pela opção b.
(em minha defesa: 1) fui provocada e optei por não me calar. 2) Não, não foi bonito, mas no fim até acho que fiz serviço público. 3) estava sozinha)
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020
A minha janela
Trabalho junto a uma janela, ao nível do r/c, mesmo ao lado de um estacionamento, que afunila próximo da minha janela. O passeio tem cerca de 80 cm de largura e depois há a minha janela, que até é grande por sinal. É suposto os carros estacionarem paralelos ao passeio e à minha janela. Mas depois... depois há toda uma criatividade automobilística que eleva a expressão "entrar por caminhos estreitos" a um outro nível... o nível da minha janela... Hoje foi o dia em que quase ganhei uma janela nova. Não ganhei foi para o susto...
terça-feira, 4 de fevereiro de 2020
Figuras tristes
Marcar o número de telefone na calculadora e ficar à espera de ouvir o sinal de chamada. Não satisfeita, ao constatar que não é feita a ligação ainda ofende o telemóvel (que estava sossegadito dentro da mala lá a tratar de coisas da vida dele) por não estar a fazer o serviço que lhe compete.
E demorar uns longos segundos até reparar que está mentalmente a descompor o objecto errado.
Senil... estou a ficar senil...
E demorar uns longos segundos até reparar que está mentalmente a descompor o objecto errado.
Senil... estou a ficar senil...
terça-feira, 7 de janeiro de 2020
Equilíbrio
Talvez no final de contas tudo se resuma a uma questão de equilíbrio.
Podemos ser o que quisermos, da forma que quisermos, desde que estejamos em equilíbrio.
Acomodar as diferenças e as discrepâncias entre camadas que façam sentido. Ainda
que aparentemente assim não seja. E fazer este exercício todos os dias, não por
necessidade de criar um momento solitário, prenuncio de uma qualquer epifania,
mas sim porque é desta desconstrução e simplificação que se consegue percorrer
o caminho entre aquilo que é esperado e o que é de facto vivido.
Neste ainda curto caminho, aquilo que é o meu farol no meio
de todas estas circunstâncias às quais me estou a adaptar, é a procura deste equilíbrio,
para que o mundo dele seja o mais profícuo possível, e as diferenças, a virem a
existir, sejam vividas de forma equilibrada.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2019
Ai, o Natal, o Natal...
- Ò mãe, na véspera de Natal não podemos ter os estores da sala para baixo.
- Porquê?
- Se não como é que o Pai Natal sabe que estamos em casa?
(...)
- Mãe, como é que achas que o Pai Natal distribui as prendas? É por ordem alfabética?
(...)
- Mãe, mas como é que o Pai Natal consegue distribuir prendas para todos os meninos ao mesmo tempo? Somos tantos!!
(...)
(Desconfio que este será o último ano em que, algures durante a noite, se ouvirá um som parecido com o das renas a cruzar o céu...)
- Porquê?
- Se não como é que o Pai Natal sabe que estamos em casa?
(...)
- Mãe, como é que achas que o Pai Natal distribui as prendas? É por ordem alfabética?
(...)
- Mãe, mas como é que o Pai Natal consegue distribuir prendas para todos os meninos ao mesmo tempo? Somos tantos!!
(...)
(Desconfio que este será o último ano em que, algures durante a noite, se ouvirá um som parecido com o das renas a cruzar o céu...)
quinta-feira, 28 de novembro de 2019
Disto de ser mãe
É sermos este ser irracional que se emociona ao ver uma foto
do caçula, imaginado (e quase que ouvindo) a gargalhada que ali ficou
cristalizada. É olhar os olhos sorridentes, a pose de gingão, tão crescido e
tão inocente, e pensar que queremos para sempre manter esta inocência e
simplicidade. É esquecer o turbilhão de coisas a voar pela casa, mal a porta de
se abre até que o sono leva a melhor; é sermos vencidos pelo abracinho, pelo
pedido de colo, no minuto a seguir a ter ocorrido a maior birra que há memória.
É lutar contra estas incertezas e manter a serenidade que estamos a ir na
direção certa. É viver com o coração fora do peito, oferecendo-o como escudo contra
tudo o possa ser menos bom, é sermos este ser emocional e emotivo que se comove
com as coisas mais banais e insignificantes. E é ter a certeza que não há amor
maior que este, que cresce todos os dias, um pouco mais, que não tem fim, nem
teve início e que me leva a olhar muito para além do meu próprio umbigo, num exercício
quotidiano que eu julgava não ser capaz.
terça-feira, 19 de novembro de 2019
The curse
Talvez o dia ainda se cumpra.
(hoje voltei a apaixonar-me... e os pequenos nadas devolveram-me o conforto das coisas simples. Enquanto houver música, haverá chão)
(hoje voltei a apaixonar-me... e os pequenos nadas devolveram-me o conforto das coisas simples. Enquanto houver música, haverá chão)
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