a boca envelhece
Sobre a palavra
a noite aproxima-se da chama
Assim se morre dizias tu
Assim se morre dizia o vento acariciando-te a cintura
Na porosa fronteira do silêncio
a mão ilumina a terra inacabada
Interminavelmente
Às vezes quando as palavras não chegam, vestem-se de música. Abrem as portas ao sentir. Abraçam momentos. Deixam espaço para que os outros sentidos se desnudem, despertem do torpor. E depois, lentamente voltam a nós, mais completas. Mais intensas. Mais nossas.
Simplesmente mais…
“A menina dança?”
Pergunto-me quantas danças conseguirei acompanhar. Sentar-me-ei estafada ao fim das primeiras? Ou descobrirei em mim uma parte que desconheço ou que confortavelmente quero desconhecer? Irás puxar-me para dançar novamente ou esperarás simplesmente que desista? Que ceda ao cansaço que uma dança desconhecida obriga, quando os passos se revelam tropegamente ao sabor dos sons. Irei rodopiar nos teus braços ou deixar-me-ás cair quando mais precisar do teu equilíbrio?
"...All that is left is all that i hide"